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Filtro de ar da cabine é a ‘máscara’ do veículo
Manutenção

Filtro de ar da cabine é a ‘máscara’ do veículo

Pandemia trouxe de volta a preocupação com a qualidade do ar dentro do carro. Filtro muitas vezes é negligenciado até mesmo pelas fabricantes

Péricles Malheiros, special para o Jornal do Carro

06 de mai, 2020 · 5 minutos de leitura.

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Filtro deve ser trocado periodicamente
Crédito:Mann+Hummel/Divulgação
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O filtro de ar da cabine está para o carro assim como as máscaras estão para as pessoas. Ou seja, funciona como uma eficiente barreira para evitar que os mais diversos tipos de impurezas cheguem à cabine e sejam inalados pelos ocupantes. Apesar da importância do equipamento, é comum encontrar quem ignore seu uso e manutenção. A começar pela indústria automotiva.

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Quando lançou o Versa, no fim de 2011, a Nissan foi uma das primeiras marcas a falhar nesse aspecto. Até mesmo as versões mais equipadas vinham sem o filtro do ar-condicionado. E nem era uma questão de limitação do projeto, umas vez que o espaço para o componente estava lá. À época, os executivos da marca alegaram que a adoção do filtro não estava entre as prioridades do produto. Felizmente, logo perceberam que esta não era a melhor maneira de baratear o sedã e, desde 2014, o Versa tem o item de série. Atualmente, todos os carros da Nissan têm o dispositivo.

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O Chevrolet Onix, carro mais vendido do Brasil, também sai de fábrica sem o filtro – tanto o hatch quanto o sedã (Onix Plus). No espaço em que deveria ficar o equipamento, localizado sob o lado direito do painel, há uma tela plástica que consegue reter, no máximo, folhas e sujeiras maiores. É assim também no Tracker. A minivan Spin, lançada em 2012, tinha filtro de cabine de série, mas perdeu o item em 2014.

Filtro virou acessório

Apesar de sua importância sanitária, esse filtro não figura entre os itens obrigatórios determinados pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), na Resolução 14/1998. É com base nela que um número cada vez maior de fabricantes tem deixado o componente de lado nas linhas de montagem, passando a oferecê-lo como acessório.

Nem o plano de manutenção estipulado pelas fábricas costuma dar a devida atenção ao tema. Em boa parte das marcas, esse filtro fica de fora da lista de itens com troca obrigatória, diferentemente do que ocorre, por exemplo, com o filtro de ar do motor. Ou seja, há mais preocupação com o ar “inalado” pelo motor do que com o respirado pelos ocupantes.


Para quem roda muito, sobretudo com o ar-condicionado ligado, o melhor a fazer é substituir o filtro a cada revisão. Há, basicamente, dois tipos: o anti-pólen e o com carvão ativado. O primeiro é mais simples e barato. Feito com uma mistura de fibras naturais e sintéticas, tem como principal função reter elementos particulados em suspensão na atmosfera, diminuindo a chance de desencadeamento de reações alérgicas ou doenças do trato respiratório. Em um único metro cúbico de ar o número de partículas pode variar de 10 bilhões a 80 bilhões.

O segundo tipo de filtro, mais caro, oferece a proteção extra do carvão ativado. Nesse caso, é capaz de neutralizar até odores e elementos químicos.

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