Avaliamos a nova geração do Porsche Cayenne

Dizer que um Porsche anda muito bem seria uma perda de tempo. Não há nenhum carro da marca alemã que seja “manco” e talvez nunca haja. Por isso, o que impressiona na nova geração do utilitário-esportivo Cayenne, que acaba de chegar ao País com preço sugerido a partir de R$ 423 mil, é o conforto, que ficou ainda melhor.

Na versão de entrada, como a avaliada, a suspensão dianteira é chamada pela Porsche de Multilink, mas trata-se de um sistema com eixo rígido mais moderno. Em conjunto com o da traseira, independente, faz um ótimo trabalho tanto em relação à estabilidade quanto para a absorção de impactos.

No asfalto, a 120 km/h, limite da via, o Cayenne parece ignorar qualquer lei da física e a sensação é de estar a 50 km/h. A nulidade de oscilação e flutuação da carroceria impressionam, assim como o silêncio a bordo, graças ao excelente isolamento acústico.

Em um trecho de 10 km de terra batida com algumas “costelas de vaca”, o SUV de luxo, que provavelmente nunca verá terrenos acidentados assim novamente, se comportou muito bem. As suspensões seguraram os trancos e quase não transferiram os efeitos dos solavancos para volante e ocupantes, mesmo rodando a cerca de 80 km/h.

A posição de dirigir é muito boa. O motorista fica bem centralizado e há espaço de sobra para as pernas. A direção é direta e precisa, o que facilita as manobras em trechos de off-road leve e correções de trajetória quando o SUV de duas toneladas sai de frente escorregando na terra. Em curvas fechadas no asfalto isso é muito difícil de acontecer, graças aos vários controles eletrônicos instalados no carro.

Outro destaque é o novo 4D Chassis, solução que atua em conjunto com a suspensão a ar adaptável (opcional) que garante ainda mais conforto e estabilidade. O sistema evita rolagem e torção da carroceria e é mais um dos elementos que contribuem com o conforto em uma tocada mais esportiva.
O nível do acabamento é excelente. Há vários tipos de materiais, texturas e cores a bordo, tudo de primeira qualidade.

O único senão é o excesso de plásticos pretos brilhantes que, em dias ensolarados, refletem a luz a ponto de irritar os olhos mais sensíveis. O sistema multimídia, com tela full HD sensível ao toque de 12,3 polegadas, é bem funcional e fácil de mexer.

O motor é o eficiente V6 3.0 a gasolina com turbo, que gera 340 cv e 45,9 mkgf. O câmbio é sempre automático de oito marchas, que trabalha de forma quase imperceptível, e a tração é permanente nas quatro rodas. Com esse conjunto o Cayenne acelera muito forte.

Há ainda a versão S, com motor 2.9 V6 biturbo, a R$ 523 mil, e a Turbo, de topo, com um V8 biturbo de 550 cv. Nesse caso a tabela é de R$ 733 mil.