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Air bags da Takata fazem vítima no Brasil
Recall

Air bags da Takata fazem vítima no Brasil

Policial da Bahia teria sofrido ferimentos no peito após incidente

José Antonio Leme e Rafaela Borges

13 de set, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Air bags
Takata provocou o maior e mais longo recall da história; problema no air bag já soma quase 300 feridos e 30 mortes em todo o mundo
Crédito:Rebecca Cook/Reuters
Air bags da Takata

Os air bags da Takata (agora chamada de Joyson Safety System) fizeram vítimas no Brasil. De acordo com a revista Autoesporte, um policial teve ferimentos graves no peito após acidente leve na Bahia.

A revista informa que Tiago Ferreira, de 32 anos, dirigia seu Honda Civic 2007 com air bags da Takata quando colidiu, a cerca de 50 km/h, contra um Toyota Etios. Era para ser um acidente sem maiores proporções, de acordo com Ferreira.

Porém, os air bags foram acionados e expeliram fragmentos metálicos (entenda melhor abaixo). Com isso, Ferreira sofreu ferimentos no peito e foi levado a um centro cirúrgico na cidade de Feira de Santana.
Ainda de acordo com a Autoesporte, os outros passageiros do Civic, também policiais, não ficaram feridos no acidente.

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Air bags da Takata feriram 11

De acordo com a Honda, já foram registradas 28 ocorrências no Brasil de rompimento do insuflador do air bag da Takata (em carros da marca). Nelas, 11 pessoas ficaram feridas.

Ainda conforme a montadora, não houve nenhuma morte nesses incidentes.

Já nos Estados Unidos e Malásia, os air bags da Takata podem ter provocado cerca de 22 mortes. As peças defeituosas foram responsáveis pelo maior recall da história, no Brasil e no mundo.


A Honda informa que, no caso das 28 ocorrência com o insuflador do air bag da Takata, prestou a assistência necessária aos envolvidos. De acordo com informações da montadora, no caso de Tiago Ferreira, o cliente não entrou ainda em contato por meio dos canais oficiais da empresa.

No entanto, a Honda está procurando identificá-lo para prestar assistência ao cliente. Diversos carros da marca já foram convocados no Brasil para efetuar reparo no defeito.

Entenda o caso dos air bags da Takata

O defeito no insuflador dos air bags da Takata teve as primeiras notícias divulgadas em 2014. Desde então, já atingiu 80 milhões de carros e 100 milhões de deflagradores das bolsas, no Brasil e no mundo.
Cerca de 30 montadoras têm carros com air bags da Takata. Entre elas, estão as também japonesas Honda e Toyota.


O deflagrador do air bag é uma peça responsável por inflar a bolsa na hora de um impacto. Ela fica envolvida por um revestimento metálico.

Em caso de colisão, a peça metálica se desfaz, enchendo a bolsa em milissegundos.

No caso dos air bags defeituosos da Takata, fragmentos metálicos do deflagrador podem ser lançados na direção dos ocupantes dos bancos dianteiros, causando ferimentos.


Apesar de o caso só ter se tornado público em 2014, envolve carros posteriores a esta data. Há registro de problema em um Honda Accord em 2004.

Recalls no Brasil

Diversas convocações por causa de air bags da Takata foram efetuadas no Brasil nos últimos anos. Um dos mais recentes recalls foi da Fiat, para 87 mil Uno, Palio e Siena.

A convocação foi divulgada em agosto.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.