As 10 trapalhadas mais habituais do motorista

O motorista médio brasileiro é tão complicado ao volante que até mereceu ensaio do antropólogo Roberto da Matta

Fechar cruzamento: um dos péssimos hábitos do motorista

1. Cruzamento

O trânsito está lento e o motorista apressado para seu compromisso. Ao chegar no cruzamento, o semáforo está passando do amarelo para o vermelho, mas ele não para. Aproveita o último segundo para se postar bem no meio da outra rua, bloqueando seu fluxo.

Continua depois do anúncio

2. Na escola

O filho não anda de “Escolar” pois os pais não querem vê-lo dando voltas até chegar em casa. Vão então buscá-lo de carro, mas nem pensar em pedir que ande 50 metros do portão da escola. Tem que ser exatamente defronte, nem que tenham de parar em fila tripla ou quádrupla.

3. ‘Só um minutinho’

Nenhuma vaga disponível na longa fila de carros estacionados. Ele encosta então em fila dupla. Ou bem defronte a uma garage. Sai do carro, tranca a porta e vai resolver seu problema.  “É só um minutinho…” e prende o outro que tentava sair da vaga ou da garage durante quase 30 minutos.

4. Buzina

Acionar prolongadamente a buzina sem nada que justifique, só para comemorar a vitória do time ou chamar alguém na casa ou apartamento, é infração de trânsito. E mais uma inestimável contribuição para dar nos nervos e irritar ainda mais outros motoristas.


Vício internacional: já cansei de presenciar, em outros países, motoristas que pressionam a buzina sem nenhum motivo.

5.  ‘É bem devagarinho’

Levar criança no banco dianteiro é irresponsabilidade menor, comparada com o absurdo do pai que o coloca no colo, entre ele e o volante. “Mas é devagarzinho, ele adora brincar de motorista”.

Como acidente só acontece com os outros (sic), nem imagina que pode acontecer um impacto e ele mesmo esmagar a criança contra o volante. Mesmo “devagarinho”…


6. Imagina!

Outra atitude impensada dos pais é acomodar crianças no porta-malas de perua, hatch ou SUV. É uma farra e as crianças se divertem até. Até que venha um carro atrás e acerte sua traseira.

Os pais irresponsáveis naturalmente nem imaginam que o projeto da traseira da carroceria (onde as crianças se divertem) prevê estruturas menos rígidas, de um material menos resistente, para que recuem no caso de um impacto traseiro. Como uma sanfona se fechando, absorvendo assim as forças do impacto e protegendo o habitáculo onde vão (ou deveriam estar) os passageiros.

Alertados para o perigo, pais costumam reagir com um “Imagina se vai acontecer isso conosco!”.


7. Engate-bola

Um desrespeito aos outros motoristas é o automóvel equipado com o famigerado engate-bola. Aquele aparente, atrás do para choque traseiro, pronto para:

Engate-bola é essencial para muitos, mas embutido no para choque. Ou fácil de desengatar caso não esteja em uso.

8. Quebra-mato

Felizmente essa aberração está sumindo das ruas. Uma trapizonga instalada no para-choque dianteiro, pronta para:


9. Luzes traseiras

Maioria dos motoristas ignora que luz traseira de neblina só deve ser acionada, como o nome diz, durante nevoeiro, cerração ou chuva. Em noites enluaradas, ofuscam o motorista que vem atrás.

O mesmo com o pisca-alerta: só deve ser ligado ao parar no acostamento ou quase parando num congestionamento. Com o carro rodando, só serve para confundir os outros, que ficam sem saber se é seta direcional ou luz de freio ou tudo junto.

10. ‘Mais igual’

O antropólogo Roberto da Matta tem uma explicação para o complicado comportamento do motorista brasileiro em seu livro “Fé em Deus e Pé na Tábua” (Editora Rocco). Ele diz que “o brasileiro normal dirige, em geral, com estilo agressivo. Temos impaciência em ficar ao lado do carro daquele sujeito que, para a gente, é um atrapalhador porque dirige devagar demais. Enquanto isso, ele olha para você e pensa ‘Aquele cara é um débil mental porque está querendo correr’. No nosso trânsito, vale a teoria de que são todos iguais perante a lei, mas ‘eu sou mais igual que os outros…’ e as ruas viram palco de disputas entre todos. Ônibus fecha automóvel, taxista é mais importante que particular, motoqueiro despreza o ciclista e este o pedestre”.


Mais Artigos

Preço do carro não para de subir. Parte da culpa é de quem reclama

Exigências governamentais de segurança e baixas emissões encarecem o carro. Mas a preferência dos consumidores também estimula as fábricas

Quem matou o motociclista de Uberaba?

Desrespeito à legislação provoca acidentes, alguns somente com prejuízos financeiros… Mas outros são fatais 

Milhões de km de testes… E os carros não param de dar defeito

Um pUm presidente de montadora tão honesto que confessou o inconfessável: a má-qualidade dos carros que fabrica e venderesidente de montadora tão honesto que confessou o inconfessável: a má-qualidade dos carros que fabrica e vende

E se o petróleo acabasse amanhã?

São dezenas de projetos para a energia “limpa”, desde uma cópia da locomotiva até o elétrico a partir do etanol

Deputado insano quer permitir importação de carros usados

Projeto de lei surrealista que está circulando na Câmara dos Deputados transformaria o Brasil num sucatão internacional de automóveis

Caminhoneiros convencem Bolsonaro (quem diria…) a reduzir teor de biodiesel

Mistura de diesel e biocombustível acima de 10% pode emperrar o motor, mas governo baixou mistura para baixar o preço

Continua depois do anúncio