Audi A8 ‘sabe dirigir’, mas ainda não pode dispensar o motorista

O novo Audi A8 é como um adolescente que já sabe dirigir, mas não tem autorização legal para sair por aí

Crédito: Audi A8 é luxuoso, elegante e "inteligente". "Sabe" fazer várias coisas sozinho, mas não pode. Para isso, depende da lei. Foto: Audi

Quando eu tinha uns 13, 14 anos, por aí, já sabia dirigir razoavelmente bem, segundo meus próprios critérios e com a modéstia em modo off, claro. Saía com a Brasília do meu pai e não fazia feio, mas ficava de olho porque morávamos perto de uma delegacia de Polícia, e eu poderia ser flagrado na ilegalidade a qualquer momento (o que, a propósito, aconteceu pelo menos uma vez).

Pois o novo Audi A8 está na mesma situação em que estive. O sedã mais luxuoso da marca alemã é como um adolescente que já sabe dirigir, mas não tem autorização legal para sair por aí. A quarta geração do sedã foi além dos concorrentes que dispõem de sistema semiautônomo de condução.

Teoricamente, ele está apto a fazer curvas, frear, acelerar, ultrapassar, etc., sem que o motorista precise ficar o tempo todo prestando atenção em seus movimentos. No entanto, como acontece com os menores de 18 anos, o A8 também não tem “carta” para dirigir. Nem na Alemanha, onde o modelo já está em regime de pré-venda.

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Para que o sedã possa receber o programa de inteligência artificial (que possibilita que ele tome suas próprias decisões de direção), a Audi terá de esperar pela mudança na legislação de cada país. Isso deve acontecer em breve na Alemanha.

Mas, enquanto a lei não sai, é preciso ficar no comando – o que não é uma tarefa ruim, diga-se. Acabei de testar o sedã em Valência, na Espanha, durante o lançamento internacional do carro.

O modelo traz todo o luxo que se espera dele. O banco traseiro tem todos os ajustes elétricos normalmente reservados aos assentos dianteiros. Dirigindo ou andando atrás, a gente se sente um magnata, já que o carro não economiza gentilezas. A avaliação mais detalhada está aqui.


Mas não deu para disfarçar uma pontinha de frustração quando procurei e não achei a tecla no console central com a inscrição “AI” (de inteligência artificial”), a que permite que você terceirize ao carro a função de dirigir. Ela é essa que está aí na foto, mas não nos carros à disposição da imprensa na Espanha.

Agora, fico pensando como será o caminho para essa mudança na legislação de cada país. Na Alemanha ela está para sair. Nos Estados Unidos, a conversa também está bem avançada. Lá, a aprovação deverá ser feita individualmente, por estado. Nevada e Califórnia provavelmente estarão entre os primeiros a permitir a circulação de carros autônomos. O restante deve acompanhar.


E no Brasil? O A8 deve chegar ao País no segundo semestre do ano que vem. Se chegará na versão “inteligente” ou não, dependerá da lei. Mas sabemos que essas coisas demoram por aqui.

Ao menos a Audi já está sendo precavida. A “inteligência” do carro será vendida como opcional (e isso será caro, podem apostar). Dessa forma, não é preciso pagar por algo que teoricamente não poderá ser usado.

Se serve como consolo, animem-se motoristas. Ainda não estamos totalmente obsoletos!


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