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O que vale mais: miles (milhas) ou smiles (sorriso) por litro?

Mustang e Camaro têm dois 'defeitos' graves aos olhos da sociedade moderna: gastam muito combustível e não são SUVs

Hairton Ponciano

16 de mai, 2018 · 5 minutos de leitura.

Mustang e Camaro" >
Crédito: JF Diorio/Estadão

Um tema recorrente aqui é o futuro dos carros. O motor a combustão vai acabar? Os carros elétricos vão dominar o mundo? Dirigir vai ficar chato? Voltei a pensar nisso tudo enquanto fazia o comparativo de dois mitos americanos, Mustang e Camaro. O Ford e o Chevrolet são dois beberrões inveterados, mas acho que eles vão sobreviver, da mesma forma como o cinema resistiu à televisão.

Basicamente, eles têm duas falhas graves para os dias atuais: bebem muita gasolina e não são SUV. As pessoas tendem a perdoar o alto consumo (até porque SUV beberrão é o que não falta por aí), mas não absolvem coisas de quatro rodas que não sejam utilitários-esportivos.

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Que os elétricos vêm aí não há a menor dúvida. Que eles serão a maioria do mercado, também acho que sim, embora qualquer estimativa de prazo para isso acontecer seria puro chute. Mas os modelos com motor a combustão terão seu lugar nas ruas.

Camaro e Mustang são uma dupla – literalmente – do barulho. Não apenas andam muito bem, como demonstram isso aos berros.

Mustang e Camaro não são para o dia a dia

Nenhum dos dois é carro feito para o dia a dia. Além de gastarem gasolina sem pensar no amanhã, não têm o conforto que os deslocamentos diários pedem. Levar os filhos à escola, nem pensar, porque o espaço atrás é simbólico no Camaro e um pouco apertado no Mustang (embora meu filho não tenha esboçado a menor sensação de desagrado quando parei na frente da escola um dia com o Camaro e no outro com o Mustang, para deixá-lo).


Ir às compras também não é o forte deles. O Camaro tem porta-malas muito pequeno. O Mustang até que tem um bom espaço, para um esportivo.

Enfim, não são práticos. Maltratam quem vai atrás, têm restrição às compras, sacodem nos buracos. Mas são um prazer ao volante!

O legal deles é poder acelerar. Nisso essa dupla é muito boa. Eles preservam o espírito do esportivo americano. Embora tenham atualmente uma boa dose de eletrônica embarcada, eles fazem o motorista pensar que o comando está com ele.


Mustang e Camaro não são mais aquele tipo de carro com potência bruta, de muito músculo no motor e pouco cérebro. Confesso que tinha um certo preconceito quanto a eles. Sempre preferi esportivo alemão e, claro, italiano.

Mas eles melhoraram muito, principalmente o Mustang, que continua americano onde se vê e europeu na parte invisível.

A dupla ainda traz na essência aquela ideia de que o controle depende da habilidade do motorista.
Por tudo isso, acho que carros assim têm um lugar no futuro. Provavelmente todas as garagens dentro de alguns anos (não sei quantos) terão um ou mais automóveis elétricos ou híbridos, alimentados pela tomada de casa ou por células de hidrogênio.


Mas acho que um esportivo um pouco mais barulhento alimentado por combustível líquido (etanol ou gasolina) vai ter um cantinho sagrado. Além do quê, quando os elétricos forem maioria, os combustíveis, incluindo os fósseis, tenderão a ficar mais baratos, por causa da queda na demanda. É apenas um sonho, mas com alguma dose de razão.

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