Novo Polo é bipolar

Em relação ao modelo anterior, Volkswagen Polo deu um grande salto tecnológico em termos de tecnologia e construção, mas está mais simples quando o assunto é acabamento e cuidados nos pequenos detalhes

Crédito: Novo Polo é uma espécie de "mini-Golf" em diversos aspectos, mas em certos detalhes ele ficou mais simples que o modelo anterior. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Estava ansioso para andar no novo Volkswagen Polo. O carro que está chegando ao mercado  é montado sobre uma moderna plataforma (MQB-01), e está muito bem equipado.

A oportunidade veio na versão topo de linha, Highline, com motor 1.0 turbo de 128 cv. É o modelo identificado como 200 TSI (o 200 refere-se ao torque do motor, em Newton-metro).

Como eu já esperava, o carro anda muito. Esse motor dá muito ânimo ao Up! TSI (105 cv) e leva bastante alegria ao Golf (125 cv). Então, não foi surpresa quando saí com o carro e ele mostrou muita vivacidade nas acelerações. As respostas são rápidas, e os ponteiros do conta-giros e do velocímetro no painel virtual sobem sem hesitação.

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Mas, tirando a dirigibilidade exemplar (e isso inclui direção, suspensão e freios), fiquei entre a empolgação e a frustração. Acho que o Polo é meio bipolar. Ora, encanta; ora, decepciona.

Nesta versão de topo (que, completa, bate nos R$ 74.790), ele obviamente encanta. Porém, boa parte dos equipamentos que mais o destacam diante dos rivais é opcional. É o caso, por exemplo, do painel virtual (Active Info Display), que está em um pacote que custa R$ 3.300 e inclui também a central multimídia.

O problema é que, mesmo nesse caso, dá para perceber que algumas coisas foram simplificadas. A Volkswagen não escondeu de ninguém que desta vez o modelo vinha com um novo posicionamento de mercado. Não seria mais um compacto “premium”, como o Polo anterior.


Para brigar com as “classes inferiores”, é preciso cobrar menos. E, para cobrar menos, foi necessário economizar na construção. Afinal, as empresas não vivem de filantropia. Sabíamos que em algum lugar faltaria alguma coisa, para compensar o que o hatch traria de mais.

Agora sabemos. Uma das coisas legais do Polo anterior era a gaveta sob o banco do motorista. Era útil para guardar pequenos objetos, mas ela foi banida no novo Polo. Da mesma forma, a alavanca de ajuste de distância do banco também não é mais como antes: o comando revestido de plástico do modelo antigo foi trocado por um sistema com puxador de ferro, comum, como pode ser conferido abaixo.


O Polo também não passa no quesito “abertura da tampa do porta-luvas”. Normalmente, em carros simples, quando se solta a tampa do compartimento, ela cai de uma vez, sem o amortecimento que a faz descer em “câmera lenta”, comum em modelos mais caros. No Polo, não há amortecimento nenhum. Também não há mais apoios de mão no teto. A falta da alça pode parecer algo banal, mas ela é útil para auxiliar a saída, especialmente em caso de idosos.

No entanto, nada disso é tão grave a ponto de macular a imagem do carro. Suas qualidades superam os pontos vulneráveis, tanto que em recente comparativo feito pelo Jornal do Carro ele superou o Fiat Argo – outro bom lançamento do ano. Para quem quiser ler, o link do comparativo está aqui.

Não restam dúvidas de que em termos de plataforma, dirigibilidade e tecnologia, o Polo deu um grande salto. Mas, que ele ficou mais simples em termos de acabamento, ficou.


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