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Todas as esperanças da Citroën estão no Cactus

Missão do C4 Cactus é duplicar as vendas da Citroën. Marca espera vender 20 mil unidades do SUV no ano que vem

Hairton Ponciano

30 de ago, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Crédito: C4 Cactus tem estilo aventureiro, mas em porção compacta. A missão é ser o carro mais vendido da marca. Foto: Hairton Ponciano/Estadão

Foram três anos de desenvolvimento, e finalmente o Cactus brotou. Missão do novo modelo: dobrar as vendas da Citroën no ano que vem. A marca fechou 2017 com 22 mil unidades vendidas, o que representou apenas 1,19% do mercado.

Claramente, faltava um modelo de volume, e o C3 já não tem fôlego para essa função. Na Europa, o hatch foi inteiramente renovado, mas a diretora geral da empresa no Brasil, Ana Theresa Borsari, descartou a possibilidade de vender o carro no País.

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A esperança (e a confiança) está toda no Cactus. Uma das razões de Ana Theresa para apostar tudo no modelo é o fato de que o segmento de SUVs foi o que mais tem crescido no País. É fato. As ruas estão tomadas por Jeep Renegade, Honda HR-V, Nissan Kicks, etc. Aparentemente, as necessidades básicas do ser humano são comer, beber, respirar e comprar um SUV. Nada mais natural do que entregar o que o público quer.

+ Leia a avaliação do Cactus

Mas vender mais do mesmo poderia elevar o grau de risco da operação. Seria o mesmo que abrir uma paleteria mexicana agora, ou esperar para abrir uma barbearia com paredes pretas no ano que vem.


OPORTUNIDADE E RISCO DE MÃOS DADAS

De acordo com a diretora da Citroën (e também da Peugeot), o Cactus é diferente dos demais. É verdade. Mas aí há ao mesmo tempo uma oportunidade e um risco.

Começando pela oportunidade: em termos de dimensões, o modelo é uma espécie de meio-termo entre hatch médio e SUV. Tem capô alto, que lhe confere aspecto de robustez (coisa de SUV), mas a estatura não vai muito além de 1,5 metro (típica de hatch). De traseira, o estilo está mais para hatch esportivo do que para SUV parrudão, embora as medidas off-road o credenciem ao posto de “SUV”, a exemplo do Renault Kwid. Tem ângulo de entrada de 22°, de saída de 32° e altura livre do solo de 22,5 cm.

O risco: quem compra esse tipo de carro normalmente aprecia o fato de estar alguns centímetros mais alto que os demais motoristas. Melhora a visibilidade (fato) e dá uma certa sensação de segurança (totalmente subjetiva). No Cactus, isso não acontece. E o Peugeot 2008 paga esse preço.


Além disso, SUVs sempre transmitem a ideia de liberdade, de chegar a qualquer lugar, blablablá. Mas a própria fabricante alerta que não se deve levar os predicados de SUV muito a sério. O manual do proprietário desaconselha enfrentar trechos alagados com mais de 15 cm de água, como mostra a imagem acima. Trocando em miúdos: mais urbano, impossível.

Tanto que na Europa o modelo nem é travestido de SUV. Lá, ele substituiu o C4 hatch, é vendido sem as barras de teto e é um pouco mais baixo.


NÃO AO VERMELHO

A Citroën não pretende oferecer o Cactus na cor vermelha, como o carro da foto acima. A montadora alega que o comprador teme levar para casa um modelo que depois poderá sofrer desvalorização. É uma pena.

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