Fechamento de concessionárias nos primeiros meses de pandemia, isolamento social e instabilidade financeira são alguns dos reflexos do novo Coronavírus. Isso, claro, respingou no fechamento de vendas de veículos. Depois de um 2020 com 26,6% a menos em vendas totais de automóveis e comerciais leves – na comparação com 2019 -, é possível notar que 2021 também não vai ser fácil.
De acordo com os dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) nesta terça-feira (2), o mercado caiu 30,17% de janeiro para dezembro. Os respectivos meses emplacaram, no total, 232.795 unidades e 162.567.
O cenário é igualmente ruim em relação a janeiro de 2020. A queda em comparação ao primeiro mês do ano passado – quando a quarentena ainda não havia sido instaurada no Brasil – chega a 11,7%, com 184.112 vendas de automóveis e comerciais leves no País. O acumulado do ano, evidentemente, segue com os mesmos números.
“Historicamente, o mês de janeiro costuma apresentar uma pequena retração nas vendas, já que os gastos das famílias aumentam nesse primeiro mês do ano, com matrículas e materiais escolares, IPVA, entre outras despesas. Além disso, alguns modelos estão com pouca disponibilidade no mercado, em função da falta de componentes, o que tornou previsível a queda nas vendas desses segmentos”, observa Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
Mais motivos para baixa nas vendas
Ainda que janeiro costume registrar vendas baixas, por causa do período de férias, este é o pior início de ano desde 2017 em volume. É ainda a 12ª posição do ranking histórico, desde 1957. Falta de carros em concessionárias e aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estão entre os vilões dessa queda. Soma-se, ainda, a mudança nas leis de compra de carro por PCD em São Paulo, por meio do Projeto de Lei 529/2020.
Além disso, Assumpção Júnior acusa, também, a implantação da fase vermelha no Estado de São Paulo. Nesse ínterim, as concessionárias ficaram impedidas de funcionar para vendas, no último final de semana do mês passado. “Se considerarmos que São Paulo responde por mais de 23% das vendas de veículos novos e por cerca de 40% das transações de usados, no País, podemos ter a dimensão dos estragos feitos pelas medidas adotadas pelo governador João Dória.”
Lista dos mais vendidos
A princípio, o modelo mais vendido do País continua sendo o Chevrolet Onix, com 10.567 unidades emplacadas em janeiro. A Fiat Strada, todavia, subiu da quarta (em dezembro) para a segunda posição e fechou janeiro com 9.232 emplacamentos. Na base do pódio, entretanto, o Hyundai HB20 figura com 7.936 vendas.
Outra modificação na lista é a queda do Chevrolet Onix Plus de segundo para quarto lugar, em janeiro, com 7.139 unidades. O Jeep Renegade, contudo, subiu para quinto o lugar do ranking e, com 7.091 emplacamentos, se manteve o SUV mais vendido do mês. A lista completa, você acompanha abaixo).
Por fim, quando se fala em fabricantes, a Fiat lidera. Entre automóveis e comerciais leves, a marca italiana vendeu 30.891 veículos no Brasil no mês passado. Isso representa 19% de participação de mercado. Empatadas com 16,4%, vêm General Motors (26.614) e Hyundai (26.577). A quarta posição do ranking, no entanto, ficou com a Hyundai (14.788/9,1%). Em síntese, fechando o top five, a Jeep aparece com 12.126 emplacamentos e 7,5% de market share.
Confira os dez automóveis e comerciais leves mais vendidos de janeiro/2021 em unidades:
1) Chevrolet Onix – 10.567
2) Fiat Strada – 9.232
3) Hyundai HB20 – 7.936
4) Chevrolet Oni Plus – 7.139
5) Jeep Renegade – 7.091
6) Volkswagen Gol – 6.277
7) Volkswagen T-Cross – 5.241
8) Fiat Toro – 5.233
9) Jeep Compass – 5.029
10) Fiat Argo – 5.021