A Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) anunciou nesta terça-feira que vai alterar seu estatuto e passar a abrigar também empresas fabricantes de veículos.
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A medida surge no momento em que várias de suas associadas, como Audi, BMW, Chery, JAC e Jaguar Land Rover, se preparam para produzir veículos no País, pressionadas pelo regime automotivo Inovar Auto. E permite que tais empresas continuem filiadas à entidade – que passará a se chamar Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).
Em nota divulgada antes do anúncio, a Abeiva informou que a atuação da nova entidade se dará em benefício de marcas “com perfis distintos daquelas que fabricam no País há mais de dez anos e que estão em outro patamar de volumes de produção”.
O presidente da Abeiva e também da Jaguar Land Rover no Brasil, Flavio Padovan, explicou que não há intenção de confronto com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e que nada impede que uma montadora seja associada às duas as entidades.
No entanto, várias das atuais associadas da Abeiva já sinalizaram que vão permanecer na entidade, sem se filiarem à Anfavea.
A principal razão para essa decisão, segundo fontes do setor, é um descontentamento com a Anfavea, que cobra das novas associadas uma luva de cerca de R$ 2 milhões, além de uma mensalidade – um percentual sobre o faturamento, ou um valor fixo entre R$ 17 mil a R$ 20 mil.
Já a Abeiva cobra luva de cerca de R$ 75 mil e não opera com mensalidade fixa.
Além disso, pesa contra a Anfavea a concentração de poder nas mãos de Volkswagen, Fiat, General Motors, Ford, as cinco maiores fabricantes, além da Mercedes-Benz. Seus executivos se alternam no comando da entidade há mais de 30 anos.
Caso aderissem à Anfavea, as outras montadoras teriam dificuldade para se impor; na Abeifa, elas podem sentir seus interesses mais bem representados.