O Mercedes-Benz GLS 450 é aquele carro que não passa despercebido nunca. O SUV também não cabe em qualquer lugar. Mede mais de 5,20 metros. Tão grande quanto o seu comprimento é o preço. O alemão custa R$ 942.900 na configuração mais completa. É isso mesmo, quase R$ 1 milhão. E agora, certamente, você deve estar se perguntando o motivo pelo qual um utilitário custa isso tudo. Mas de simples aqui não há nada.
Para tentar responder essa questão, basta observar as linhas do GLS 450. Afinal, não tem como ser discreto com esse tamanhão. Além disso, entre os destaques, estão as enormes rodas de liga leve de 21 polegadas calçadas com pneus diferentes. Na dianteira, o par tem 275/45, enquanto atrás os pneus são de 315/40, mais largos e estreitos.
A iluminação, como é de se esperar, é 100% feita por luzes de LEDs. Câmeras e sensores também estão por todos os lados. No mais, claro, não dá para deixar de observar a enorme estrela de três pontas ostentada na grade dianteira. A elegância está no DNA. Afinal, o Mercedes-Benz GLS 450 é o SUV baseado no sedã Classe S, ou seja, tem a obrigação de ser o mais luxuoso da marca alemã.
É luxo só…
No habitáculo, o SUVzão da Mercedes-Benz segue o mesmo acabamento primoroso do exterior. E tem diversas soluções eletrônicas, de conectividade e, de quebra, conforto de sobra para seus sete ocupantes. Aliás, para cinco. Afinal, nem mesmo num carrão desses os ocupantes da terceira fileira escapam de certo aperto. Ao menos, lá existem comodidades como entradas USB e saídas de ar-condicionado.
Pulando para a parte da frente – e mais interessante -, o mesmo acabamento impecável, mas com vários tipos de materiais sofisticados. Dentre eles, madeira, aço e black piano. Os bancos, têm revestimento de couro. Nos da frente, inclusive, têm massagem, aquecimento e ventilação. Ajustes elétricos, no entanto, estão na primeira e na segunda fileiras.
O espação de 3,14 metros de entre-eixos acomoda com folga mesmo os mais altos. A suspensão pode ser rebaixada para que os ocupantes subam/desçam do carro.
E por falar em espaço, não dá para falar de um carro para a família sem mencionar o porta-malas. Mesmo com as sete fileiras de assentos, esse Mercedes-Benz tem capacidade para 355 litros. Não é ruim, mas não se compara aos 2.400 litros de capacidade máxima – com os bancos rebatidos – ao simples toque de um botão.
Telona e diversos comandos
Quem já entrou em alguns dos mais recentes lançamentos da Mercedes-Benz (como o Classe A e o GLE 400, entre outros) vai se sentir em casa. Afinal, aqui não poderia faltar uma das melhores e mais modernas soluções do mercado em termos de multimídia. No GLS 450, uma tela gigante fica atrás do volante e pega mais da metade do painel.
Essa telona virtual e configurável (chamada de MBUX), portanto, é dividida em duas partes: quadro de instrumentos e central multimídia. Cada uma delas têm 12,3 polegadas. Todos os sistemas de entretenimento e de conectividade estão ali. Portanto, desde medir a distância do carro à frente – quando o controlador de velocidade adaptativo está acionado – até ajustar a cor das luzes ambientes (64, no total) ou iniciar massagem no banco, tudo é por meio de comandos touch screen.
Até a temperatura e o fluxo do ar-condicionado podem ser regulados dessa maneira. Inclusive, tem comandos do ar para a segunda fileira de bancos também. E ele pode ser perfumado. Para completar os mimos a bordo, dicas para relaxamento e alongamento em meio ao trânsito podem ser consultadas.
Suspensão ajustável
Outra possibilidade que a Mercedes-Benz oferece é o ajuste de suspensões (pneumáticas) individualmente. Sete modos de direção (Comfort, Curve, Eco, Individual, Off-Road, Sport e Sport+) ficam responsáveis por deixar a condução ainda mais exclusiva. Vai do modo mais econômico ao mais agressivo. Para isso, mudam o comportamento do motor, da suspensão e até da direção, que enrijece nos modos voltados a esportividade. E, na prática, ao contrário de outros modelos, dá para sentir a diferença instantaneamente.
Como já é de se prever, o SUV conta com condução semiautônoma. Tem controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência quando em risco de colisão e aviso de objeto no ponto cego, por exemplo.
Mas, mesmo com tudo isso, vale uma ressalva: os comandos do volante são ruins. Tarefas tão simples quanto pular para a próxima música, por exemplo, tornam-se difíceis. As teclas do volante são por sensor e fica quase impossível se acostumar. Seria interessante rever, afinal, nem sempre tecnologia de última geração é sinal de praticidade.
Potência de sobra
Na parte de baixo da tampa dianteira a usina responsável por mover esse grandalhão tem 3,0 litros e seis cilindros em linha. Turbinado e com 367 cv, o motor a gasolina trabalha em paralelo a um propulsor elétrico de 48V. Cabe salientar que ele, com seus 22 cv, não movimenta o veículo. Sua ação consiste em manter o GLS 450 quando em velocidade constante. Nesse momento, o motor a combustão é desativado, para poupar combustível. Trata-se, por fim, de um híbrido leve.
Somados, elétrico e combustão geram potência máxima de 389 cv. O torque total (combustão + elétrico) é de 76,5 mkgf, já disponíveis a breves 1.600 rpm. Ou seja, tem gás desde cedo. Isso, portanto, contribui para o eficiente 0 a 100 km/h em 6,2 segundos. E quem controla tudo isso é o câmbio automático de 9 marchas. Para completar a mecânica, a tração é integral.
Velocidade máxima: quase 250 km/h
Em qualquer um dos sete modos, basta triscar o pé no pedal da direita para despertar a fera. Nesse sentido, o bichão chega aos 246 km/h de velocidade máxima. Isso porque estamos falando de um mamute com quase 2 toneladas e meia.
É evidente que quem compra um carro desses não está preocupado com combustível, mas cabe recordar que o GLS 450, durante avaliação do Jornal do Carro, fez média de 9 km/l – trecho misto. E as visitas aos postos de abastecimento não foram necessárias, afinal, o tanque tem 90 litros!
Curioso que, mesmo a 120 km/h – e silêncio de um carro parado -, a carroceria não pende para os lados. Mesmo com 1,82 m de altura, o GLS 450 não rola de um lado para o outro. Mérito dos diversos controles eletrônicos empregados pela Mercedes para deixar o SUV nos trilhos. E – assim como o porte do carro – a lista é grande.