Em novembro de 2021 – já reestilizado no México, seu país de origem – o Volkswagen Tiguan Allspace saiu de linha no Brasil. Motivo: a necessidade de se adequar às novas leis de emissões e ruídos estabelecidas aqui. À época, a promessa era retomar as vendas do SUV no ano seguinte, já com a plástica. Mas a espera foi um pouco mais longa. Só no começo de outubro o modelo chegou, com novidades no visual, mecânica e lista de equipamentos.
O SUV mais caro da Volkswagen retornou com preço ainda mais salgado. Parte de R$ 278.990 – antes, custava R$ 236 mil. O único opcional é o teto solar panorâmico, que sai por R$ 10 mil. Embora o motor continue o mesmo 2.0 TSI turbo a gasolina, a potência é mais baixa. Baixou de 220 cv para 186 cv. E o câmbio também mudou. Saiu o automatizado de dupla embreagem e sete marchas e agora é automático de oito velocidades.
Por fim, a tração integral (4Motion) foi descartada e o SUV agora traciona as rodas dianteiras. Para completar, ao contrário das expectativas iniciais, a VW não optou pela versão híbrida do tipo plug-in, recarregável em tomadas. Assim, este novo Tiguan é apenas um carro comum, a gasolina.
Impressões ao dirigir
Mas, mesmo com torque também mais baixo (caiu de 35,7 mkgf para 30,6 mkgf), o utilitário não tem nada de moroso. Chega aos 215 km/h de velocidade máxima. E tem boa aceleração. Vai de 0 e 100 km/h em 9 segundos – antes, o tempo era de 6,8 segundos. Dessa forma, fazer ultrapassagens e retomadas de velocidade continua tarefa fácil. Da mesma forma, permanece firme em curvas e não mudou na comparação com o modelo anterior.
A VW diz que conjunto está mais eficaz. Ou seja, tem consumo mais baixo. De acordo com os dados oficiais do Inmetro, o novato faz 9,2 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada (antes, fazia 8,3 km/l e 9,6 km/l, respectivamente). A média mista é de 10 km/l. Desse modo, a marca garante autonomia de 678 km com o tanque de combustível (de 60 litros) cheio de gasolina.
Voltado ao conforto, espaço não falta no VW Tiguan Allspace. Mas, claro, na última fileira apenas pessoas de estatura mediana para baixa ficam confortáveis, afinal, falta espaço para cabeça e ombros de quem tem mais de 1,60 metro. Entretanto, na segunda fileira, dá até para cruzar as pernas.
Ainda sobre a direção, o SUV é bastante macio para rodar. Tem volante com boa empunhadura, bem como direção leve e precisa. O conjunto de suspensões continua independente nas quatro rodas e, portanto, é bem ajustada. Tem calibração na medida certa. Não bate seco e está longe de ser molenga. Para quem preferir, dá para ajustar as características por meio de três modos de condução. No modo esportivo, fica ainda mais ágil.
Visual e medidas
A exemplo do irmão menor Taos, o Tiguan Allspace ganhou novo conjunto óptico. O retoque trouxe um fio de LEDs na dianteira que atravessa a grade. Os novos faróis, agora, contam com tecnologia IQ Light, ou seja, tem funções como assistente dinâmico de farol alto e indicador de direção. Com isso, dispensou os faróis de neblina convencionais.
O para-choque também foi remodelado. Atrás, apenas o nome “Tiguan” migrou para o centro da tampa traseira. As lanternas, dessa forma, mantêm a moldura, mas têm nova disposição de luzes e a iluminação de boas-vindas (“welcome light”), quando o carro é destravado.
Por causa da nova dianteira, o SUV cresceu 22 mm. Agora, tem 4,73 metros de comprimento. O entre-eixos permanece em 2,79 metros. E o porta-malas comporta até 686 litros de bagagem.
Por dentro do Tiguan Allspace
O novo Tiguan Allspace R-Line tem volante de couro multifuncional com comandos sensíveis ao toque e aquecimento. Além disso, tem ar-condicionado digital de três zonas, carregador de smartphone por indução, painel de instrumentos digital de 10,25″, bancos dianteiros com aquecimento (e ganha ventilação), mas apenas o do motorista tem ajuste eletrônico. Ademais, a central multimídia tem 8″ e, agora, conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay.
Em tecnologia, o SUV oferece um pacote com recursos avançados de assistência ao motorista. Reúne, assim, alerta de tráfego cruzado, controle de cruzeiro adaptativo, monitor de ponto cego, assistente de mudança de faixa, assistente de estacionamento, detector de fadiga e frenagem automática de emergência com detector de pedestres.
O acabamento é bom. Tem diversos materiais sensíveis ao toque. A cabine, porém, tem muito em comum com outros modelos da marca. É um DNA, mas isso pode acabar afastando alguns potenciais clientes, afinal, personalidade própria nunca é demais quando se trata de carros caros.
Na concorrência estão a versão intermediária do Jeep Commander (Overland T270, de R$ 281.690) e o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid, com motorização híbrida e preço de R$ 239.990. Ambos têm sete lugares. Um fantasma para o novo Tiguan Allspace no Brasil é a nova geração, que já foi apresentada lá fora e pode se tornar um entrave nas vendas do modelo por aqui.
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