Mesmo sem a suspensão independente nos dois eixos e o câmbio automatizado de duas embreagens da versão alemã, o A3 Sedan brasileiro, que acaba de chegar às autorizadas, é um carro muito mais bem construído que seus concorrentes feitos no Mercosul. Neste desafio ao recém-reestilizado Ford Focus Fastback, modelo com mais tecnologia embarcada entre os médios, o Audi se mostrou superior em muitos aspectos.
Mas as virtudes do A3 não forem suficientes para impedir a vitória do Ford argentino, que superou o Audi paranaense principalmente por causa do menor custo – para comprar e manter. O Focus Titanium parte de R$ 92.500 e A3 Sedan Attraction, de R$ 99.990. As opções avaliadas, Titanium Plus e Ambiente, custam R$ 101.900 e R$ 109.990, respectivamente.
O desequilíbrio fica claro quando se colocam opcionais no Audi para nivelá-lo com a versão de topo do Ford. Neste caso, o A3 vai a R$ 151.490. E seu seguro custa mais que a média da categoria (veja no quadro).
Na hora de entregar prazer ao volante, o Focus é muito bom. Mas o Audi é melhor. A nova suspensão traseira, que utiliza eixo de torção, não comprometeu de forma muito sensível as respostas do A3 Sedan em curvas, até porque o modelo brasileiro traz controles eletrônicos de estabilidade e tração.
O argentino, por sua vez, tem suspensão independente nas quatro rodas. Ponto para ele, que se mostra um carro bem à mão do motorista.
O fato de ter construção mais refinada faz com que o A3 ofereça maior nível de sofisticação ao volante. Há uma clara sensação de que Audi faz parte de um segmento superior ao do Ford.
No médio da marca alemã há bom nível de conforto para motorista passageiros, que sentem pouco os impactos do carro contra pisos irregulares.
O A3 brasileiro perdeu equipamentos, mas ganhou tecnologias. O motor 1.4, agora flexível, tem 150 cv, 28 cv a mais que o do alemão, apenas a gasolina. E, graças ao turbo, o ótimo torque em baixa rotação foi mantido.
Mesmo tendo câmbio automático de seis marchas, mais lento que o automatizado de duas embreagens e sete marchas do alemão, o A3 nacional ficou mais esperto.
No geral o Audi é melhor que o Focus, cujo motor 2.0 aspirado (que, assim como o do rival, tem injeção direta de combustível), parece não ter os 178 cv divulgados pela Ford. Nem seu câmbio automatizado de seis marchas e duas embreagens o salva. Essa caixa é inferior à do Audi em agilidade e conforto.
Conteúdo.Entre os sedãs médios produzidos no Brasil e Argentina, o Focus Fastback ocupava, até agora, o primeiro lugar no quesito tecnologia embarcada. A chegada do paranaense A3 Sedan quebrou essa hegemonia.
De série, a versão Titanium Plus do Focus traz assistência ao estacionamento, que faz manobras até em vagas a 90°. Já o Audi tem um dispositivo que permite ao motorista largar o volante por oito segundos – nesse período o carro tomará as rédeas. O problema é que o item está em um kit de R$ 18.500.
Aliás, quase tudo o que é interessante no A3 vem em pacotes caros – o mais em conta sai por R$ 10 mil. São opcionais itens que vêm de série no Focus, como controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, bancos de couro, teto solar e GPS.
O Audi vai melhor no acabamento interno. Além de ter materiais de melhor qualidade, sua carroceria é mais bem construída. No Ford, a cabine é moderna e bonita, com a tela do sistema multimídia em destaque. E seu visual, que foi reestilizado neste ano, é mais atraente.