RAFAELA BORGES
Passado pouco mais de um mês da publicação da medida que elevou o IPI em 30 pontos porcentuais para veículos importados, pouca coisa mudou no mercado. Entre as importadoras de maior volume, só a Kia reajustou sua tabela de preços. Também estão mais caros os modelos das marcas de luxo Audi e Porsche, além de outros trazidos por montadoras instaladas aqui, como o Volkswagen Tiguan.
Algumas conseguiram manter os preços porque têm nos estoques carros trazidos antes do anúncio da medida. Até agora os reajustes ficaram abaixo do teto de 28% estimado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Os carros da sul-coreana Kia ficaram, em média, 8,41% mais caros na semana passada. O maior aumento foi para o Picanto, cuja linha subiu 12,5%. A versão de entrada passou de R$ 34.900 para R$ 39.900, alta de 14,3%.
A Audi manteve os preços dos modelos 2011, mas elevou em 10% a tabela dos 2012, que chegaram às lojas há duas semanas. Carro mais acessível da marca, o A1 2012 é tabelado a R$ 98.890. O hatch 2011 parte de R$ 89.900.
Kia e Audi anunciaram que as novas tabelas valem até o dia 31 de outubro. Depois disso deverá haver nova alta. A Porsche elevou os preços de seus carros em 19%.
Estão isentos do IPI mais alto os carros feitos no Mercosul e México. Para isso, devem ser trazidos por marcas que produzem aqui e atendam ao índice de nacionalização médio de 65%.
Após reclamação do Uruguai, o Brasil abriu a primeira exceção. Os veículos montados no país vizinho pela Kia e pela chinesa Lifan, que não fabricam aqui, podem entrar sem recolher a alíquota maior.
Outra chinesa, a Chery, obteve liminar na Justiça do Espírito Santo para reajustar a tabela só 90 dias após a publicação da medida. O governo recorreu.
A maioria das marcas com fábrica no Brasil que importam de EUA, Canadá, Europa e Ásia ainda não reajustaram seus preços. A Peugeot, por exemplo, tirou o 3008 da tabela e deixou de vendê-lo temporariamente. Isso porque ainda não definiu o novo preço do crossover francês.