
Na linha Audi, carros que começam com “A” (A3, A4, etc…) não desapontam quando o assunto é desempenho. Os que começam com “S” (S3, S6, e tal) empolgam muito mais. Imagine, então, os que ostentam as letras “RS”. É o caso do RS7 Sportback, cuja versão reestilizada acaba de chegar por R$ 624.990. O cupê impressiona pelo visual, ronco do motor e – especialmente – pelas respostas.
Começando pelo que mais interessa, as acelerações são brutais. Basta pressionar o pedal da direita que o 4.0 V8 biturbo emite um estrondo e o carro dispara. A rotação do motor sobe com tanta facilidade que, se o câmbio estiver no modo manual, em um piscar de olhos o ponteiro do conta-giros atinge a faixa vermelha e o motorzão entra no corte de ignição.
A impressão era a de que haviam encurtado o traçado do autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP), onde o RS7 foi avaliado. As curvas estavam chegando muito rapidamente e as retas pareciam curtas demais. Com seus 560 cv escandalosos, o RS7 diminui as distâncias.
Conforme a Audi, o cupê acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e chega a 305 km/h. A força bruta está disponível em rotações baixas (o torque máximo começa em 1.750 rpm). São 71,4 mkgf, que vêm acompanhados de uma inspiradora trilha sonora: cada saída de escape tem outras duas, uma delas com uma borboleta, que abre em altos giros. É isso que faz o cupê berrar forte.
Além de chegar rápido nas curvas, o RS7 as contorna com muita facilidade. Os enormes freios a disco de cerâmica controlam muito bem o ímpeto, e a suspensão firme impede balanço da carroceria em frenagens e curvas. A tração permanente nas quatro rodas detecta qualquer indício de derrapagem e transfere força para as que estiverem sob controle.
O câmbio automático de oito marchas tem opções de modos normal, esportivo e manual – nesta, com trocas no volante. Na função esporte, mantém os giros do motor mais elevados, para melhorar as respostas. O RS7 traz também um sistema que desativa metade dos cilindros quando o carro roda em velocidade de cruzeiro, por exemplo. O consumo médio (cidade-estrada) é de 10,5 km/l.
Se impressiona por fora, internamente o “cupê” alemão de quatro portas e quatro lugares também satisfaz plenamente. O acabamento, impecável, mescla fibra de carbono, couro e Alcântara. Para onde se olha há botões que facilitam a vida a bordo: abrem e fecham o porta-malas, ligam o motor, ajustam os bancos e por aí vai.
A posição ao volante é perfeita, os comandos são fáceis de alcançar e o porta-malas é espaçoso – algo raro em esportivos. São 535 litros, suficientes para levar a bagagem de quatro pessoas (por causa do console central atrás, há só dois assentos).
Trata-se do tipo de automóvel com o qual a gente só esbraveja por causa do preço. Mas, bravo por bravo, esse alemão também ganha da gente. Melhor não provocar muito.
Dinastia RS já tem 20 anos no País. A Audi está celebrando duas décadas de vendas da linha RS no Brasil. Tudo começou em 1995, com o lançamento da RS2 Avant (que havia sido mostrada no Salão do Automóvel do ano anterior). Desenvolvida em parceria com a Porsche, a perua tinha motor 2.2 turbo de cinco cilindros e 315 cv. Acelerava de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e era considerada o carro familiar de série mais rápido do mundo.
Ficha técnica – Audi RS7 Sportback
Preço sugerido R$ 624.990
Motor 4.0, V8, biturbo, gasolina
Potência (cv) 560 a 5.700 rpm
Torque (mkgf) 71,4 a 1.750 rpm
Câmbio Automático, 8 m.
Direção Eletromecânica
Comprimento 5,01 metros
Porta-malas 535 litros