Andamos no Karmann-Ghia número 2

Clássico fabricado entre 1960 e 1970 teve cerca de 23 mil unidades produzidas, apenas 177 são conversíveis

Por 15 de dez, 2013 · 4m de leitura.
Capota de lona tem acionamento simples

Fabricado no Brasil entre as décadas de 60 e 70, o Karmann-Ghia teve cerca de 23 mil unidades produzidas em São Bernardo do Campo, no ABC – dessas, apenas 177 são conversíveis. Andamos na unidade número 2, feita em 1967, que pertencia a um colecionador e foi dada como parte de pagamento por um modelo mais novo. Agora, o carrinho está à venda por R$ 125 mil.

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Impecável, o conversível amarelo é um dos 115 “sobreviventes” dessa série, segundo o colecionador e ex-presidente do Fusca Clube do Brasil, Henrique Erwenne, dono da unidade 55. De acordo com ele, o número 1 pertence a um colecionador e vale cerca de R$ 150 mil.

Um dos charmes do Karmann-Ghia 1967 é o teto de lona preta, que é acionado manualmente. Baixar e subir a capota, aliás, é bem simples. Basta mover duas travas no arco acima do para-brisa e manusear a cobertura por meio de uma alça.

O interior do carro é muito bem acabado. Bancos, painel e laterais das portas são revestidos de courvin creme. É bonito, mas não é um item original. Do mesmo material é feita uma capa que recobre o teto quando o componente está recolhido.


O quadro de instrumentos inclui um grande relógio analógico. E o rádio, com FM, funciona perfeitamente. A recepção é ótima principalmente quando se ergue a antena, que também tem acionamento manual.

O Karmann-Ghia divide a base com o Fusca, inclusive a mecânica. O motor é o conhecido boxer de quatro cilindros a gasolina – a versão avaliada traz o 1.5 de 44 cv. O câmbio é manual de quatro marchas e os freios são a tambor nas quatro rodas. E merecem destaque. Bem dimensionados, transmitem muita sensação de segurança e estancam o carro, que pesa cerca de 900 quilos, com facilidade.

A dirigibilidade lembra muito a do “besouro”. Assim como o volante, que tem aquela folga característica dos VW da época. O desempenho, se não é exatamente empolgante, também não decepciona. Mas, afinal, esse não é um carro para acelerar. Bom mesmo é recolher o teto e desfilar ouvindo o radinho e, o melhor de tudo, aquele ronco peculiar do motor “de Fusca”


Agradecimentos: Avallon, fone 3061-4000.