Meu finado avô, um mecânico de mão cheia, nunca foi fã de motores a diesel. Dizia que eram ruidosos, de difícil manutenção e que faziam o carro trepidar muito. É uma pena ele não ter conhecido a versão D5, a diesel, do Volvo XC60, que já está no País a partir de R$ 199.950, no caso da versão Kinetic.

A Volvo acredita que o motor a diesel é um importante diferencial para utilitários-esportivos no Brasil, por agregar imagem de robustez e baixo consumo de combustível. Se for assim mesmo, o sueco tem tudo para travar uma briga acirrada com seu único rival, que também tem boa estirpe: o britânico Land Rover Discovery Sport.

O XC60 D5 tem motor 2.4 de cinco cilindros que gera 220 cv a 4 mil rpm e 44,9 mkgf a partir dos 1.500 giros. São números muito bons para um carro que pesa 1.903 kg – seu concorrente conta com 190 cv e 42,9 mkgf, respectivamente.

Mas o que impressiona mesmo no Volvo é o trabalho do conjunto. Muito suave nas acelerações, o sueco não se ressente de falta de força nem há hiato do turbocompressor. O XC60 D5 acelera de forma vigorosa. O câmbio automático cumpre corretamente seu papel de “subir” e “descer” as seis marchas, também com suavidade, palavra de ordem no sueco.

Durante a avaliação na terra, em subida e a 25 km/h, o carro seguiu sem engasgos e com uma leveza incomum em utilitários-esportivos desse porte. Para fazer ultrapassagens e retomar velocidade em uso urbano, não é preciso pisar com muita força no acelerador, pois o torque está sempre disponível. Na estrada, basta pressionar um pouco mais o pedal da direita ou “descer” uma marcha por meio da haste atrás do volante para fazer qualquer manobra.

E não é que o grandalhão ainda é econômico? Segundo dados do Inmetro, o jipe roda, em média, 9,5 km com um litro de diesel na cidade e 12,4 km/l na estrada – a autonomia divulgada pela marca é de 860 km.

O nível de conforto também agrada. A suspensão, com sistema McPherson na frente e Multlink independente atrás, filtra bem as imperfeições do piso. Nos cerca de 30 quilômetros de fora de estrada, o Volvo foi firme, fazendo ótimo uso de sua tração integral e do chassi rígido. Rolagem da carroceria e saídas de trajetória só mesmo em curvas quase irresponsáveis.

A direção com assistência elétrica é precisa, mas um pouco mais mole em altas velocidades. Com os vários ajustes do banco, fica fácil achar a posição ideal de dirigir. E, mesmo que se coloque o assento todo para trás, os passageiros traseiros não passam por aperto, pois há espaço de sobra – o porta-malas tem 495 litros de capacidade. Só o acabamento deixa um pouco a desejar. Não pela qualidade, mas por ser “careta” e pouco inovador.

O XC60 D5 vem repleto de itens de série, inclusive de segurança, marca registrada da empresa, com destaque para o City Safety, sistema que age independentemente de reações do motorista para evitar acidentes em baixa velocidade.

Há regulagens de banco e volante, central multimídia com tela de 7 polegadas, ar-condicionado digital com duas zonas, faróis de xenônio, luzes de uso diurno e rodas de liga leve de 18 polegadas.

Por R$ 215.950, a versão de topo, Momentum, traz a mais teto solar elétrico, painel digital com tela de 8 polegadas, câmera na traseira e navegador GPS. Os preços valem até o fim de setembro. Depois a tabela será de R$ 224.950 (versão Kinetic), e de R$ 241.950 para a Momentum.

PRÓS
Motor: Suave, silencioso e com bom torque, turbodiesel enganaria muita gente caso se passasse por um
propulsor a gasolina.

CONTRAS
Acabamento:Desenho do interior ainda é muito careta. Se bebesse um pouco da fonte do “irmão maior” XC90, jipe sueco teria cabine melhor.

FICHA TÉCNICA

Preço sugerido: R$ 199.950
Motor: 2.4, 5 cil., 20V, turbodiesel
Potência (cv): 220 a 4.000 rpm
Torque (mkgf): 44,9 a 1.500 rpm
Câmbio: Automático, 6 marchas
Comprimento 4,64 metros Peso 1.903 quilos

VIAGEM FEITA A CONVITE DA VOLVO