Andamos nos Toyota Hilux e SW4 flexível

Toyota Hilux e SW4 2017 mantém motor 2.7 flexível de 163 cv, mas com duplo comando variável de válvulas

Por 07 de ago, 2016 · 8m de leitura.
Motor é o mesmo antigo 2.7 de 163, mas com duplo comando variável de válvula

Esqueça aquelas cenas de picapes atravessando atoleiros ou com a caçamba cheia de tralhas para a lida no campo. Esses clichês até podem ser reais no interior do Brasil, mas envolvem modelos movidos a diesel. A Hilux das fotos à direita e acima nasceu para atividades mais “civilizadas”.

Após a chegada da linha 2017 a diesel, em novembro do ano passado, agora a Toyota está lançando as versões com motor flexível, tanto na picape como no utilitário-esportivo SW4.


Picapes com motor bicombustível destinam-se a um público mais urbano, que aprecia o porte desse tipo de veículo, mas não precisa da robustez da mecânica a diesel. Segundo informações da Toyota, a nova opção deve responder por cerca de 25% do total das vendas.

Uma vantagem diante das rivais é que só a Hilux combina motor flexível e (exclusivamente) câmbio automático (de seis marchas). Disponível apenas com cabine dupla, a novidade parte de R$ 111.700 na versão SR, R$ 120.800 na SRV (ambas com tração 4×2) e R$ 131.200 na SRV 4×4, de topo.

A desvantagem é que o 2.7 de quatro cilindros tem potência (163 cv) inferior à da concorrência. Na Chevrolet S10 (a partir de R$ 97.890), o motor 2.5 rende 206 cv, enquanto o 2.5 da Ford Ranger (que começa em R$ 99.500) gera 173 cv. Por outro lado, ambas só oferecem transmissão manual.


A leve anemia do 2.7 se manifestou assim que a Hilux encarou a primeira subida. Quando a rotação do motor caiu, foi preciso pisar firme no acelerador, para retomar o ânimo e evitar perda de velocidade.

Basicamente, esse quatro-cilindros é o mesmo do modelo anterior. A diferença é que agora os dois comandos de válvulas são variáveis – no antigo só havia um. Daí o acréscimo da palavra “dual” no 2.7 16V VVT-i.

Outras mudanças incluem novo sistema de partida a frio, que dispensou o tanquinho auxiliar de gasolina, balancins, retentores e molas mais leves. Com isso, o consumo médio diminuiu 7%, segundo a Toyota.


Mesmo assim, quando é abastecida apenas com etanol, a Hilux está longe de ser econômica. No roteiro da avaliação, que incluiu trechos de terra e estrada asfaltada, a média registrada no computador de bordo ficou na faixa dos 5 km/l. Afinal, o motor tem de movimentar 1.860 quilos (na versão 4×2).

Potência e torque (25 mkgf), a propósito, não mudaram em relação ao modelo anterior. A força máxima é entregue a 4.000 giros, o que explica a necessidade de se pisar sempre um pouco mais assim que surgem os aclives.

Fora isso, a dirigibilidade é boa e o câmbio automático agrada. Há modos Eco e Power, que privilegiam economia e desempenho, respectivamente. A Hilux flexível tem capacidade de carga entre 830 quilos, com tração 4×4, e 850 quilos (4×2).


SW4 bicombustível é até R$ 70 mil mais barato que opção a diesel. Quando as versões 2017 do SW4 foram lançadas, em fevereiro deste ano, o preço acima de R$ 200 mil foi a nota que destoava diante das surpresas positivas do utilitário-esportivo. Na tabela de agosto, a opção com motor V6 a gasolina já está em R$ 216.700 – a mais barata a diesel parte de R$ 232.400.

A boa notícia é que o novo motor 2.7 flexível torna mais acessível o carrão de 4,8 metros de comprimento. Na configuração de cinco lugares, o SW4 parte de R$ 159.600 e na com sete assentos chega a R$ 164.900.

Como na picape Hilux, o quatro-cilindros de 163 cv de potência e 25 mkgf de torque funciona em parceria com o câmbio automático de seis marchas. Até há uma versão com caixa manual (R$ 146.550), destinada a vendas diretas, para frotistas.


Assim, a diferença de preços entre o SW4 de motorização a diesel e flexível ultrapassa os R$ 70 mil. Mas, como no caso da picape, sacrifica-se o desempenho. Em relação à potência, não há grande variação (o diesel oferece 177 cv, ou 14 cv a mais).

Em termos de torque, contudo, há um verdadeiro abismo separando os 45,9 mkgf do 2.8 diesel e os 25 mkgf do 2.7 Dual VVT-i. A diferença manifesta-se em qualquer situação, mas principalmente em aclives.

Andando, o novo SW4 mostrou menos solavancos fora do asfalto, resultado da suspensão independente e das molas helicoidais. Na picape há eixo rígido e molas semi-elípticas.
Além do motor “menor”, o jipão tem acabamento mais simples, versão SR (o diesel é vendido na de topo, SRX).


De série há central multimídia com tela de 7” sensível ao toque, navegador GPS, TV digital, toca-DVDs e câmera traseira. O ar-condicionado tem saídas para a segunda e terceira fila de bancos. E são apenas três air bags (frontais e para joelho).