A expressão “mini XC90” vai “pegar” para a nova geração do Volvo XC60, que chega ao Brasil em setembro. E, nesse caso, o diminutivo não é um atributo ruim para o utilitário-esportivo (SUV) médio que será importado da Suécia (o anterior vinha da Bélgica).
Aqui, a expressão “mini” é usada porque, além da familiaridade, o XC60 traz as tecnologias de ponta do XC90 para uma categoria mais acessível.
O modelo, que está em fase de pré-venda até agosto, irá ao Brasil em três versões. A Momentum custa R$ 235.950. A Inscription sai a R$ 256.950 e a R-Design, a R$ 266.950.
Inicialmente, ele chegará ao Brasil apenas com o motor quatro-cilindros 2.0 turbo, a gasolina, de 254 cv e câmbio automático de oito marchas. No fim de 2018, a Volvo pretende lançar no País a versão a diesel, com o 2.0 de 235 cv, e a híbrida T8 (407 cv).
Herança. O XC60 usa a mesma plataforma modular do outro XC90, a SPA, na qual apenas a distância entre a coluna de direção e o eixo dianteiro é fixa. Todas as outras especificações podem variar de acordo com o carro.
Entre os itens de segurança (maior bandeira da Volvo), há várias novidades. O sistema City Safety, que faz detecção de pedestres, carros, ciclistas e animais e toma a ação de acionar os freios, agora funciona a até 60km/h (antes era 50 km/h).
Outra função adicionada ao sistema é que o auxílio a manobras caso o motorista tome uma ação antes da colisão, como de desviar o carro. O sistema age freando as rodas do lado de fora, para evitar capotamento. Ele também reduz o esforço do motorista sobre a direção, para tornar o movimento mais ágil.
Há também um novo sistema de direção ativa de pista oposta (Oncoming Lane Mitigation). Caso o carro cruze a estrada ou rua para a pista contrária e o recurso detecte o risco de colisão, ele automaticamente toma a direção. Então, faz o movimento de trazer o XC60 de volta à trajetória. Porém, só age se o motorista não tomar atitude.
Além disso, o XC60 oferece alertas de colisão dianteira e traseira e de saída da faixa de rolagem (com direito a uma leve retomada da direção). Há também leitura de placas de sinalização, frenagem pós-impacto – para evitar um segundo choque – e controlador de velocidade de cruzeiro. Isso tudo já na versão Momentum.
A partir da Inscription, o controlador de velocidade passa a ser adaptativo. Há também alerta de ponto-cego associado a função semiautônoma até a velocidade de 130 km/h.
Esse recurso funciona assim: se houver risco de colisão com algo no ponto cego do carro, ele emite um alerta e, caso o motorista não tome uma ação, traz o XC60 de volta à faixa.
Também são de série quatro modos de condução (econômico, confortável, dinâmico e personalizável, que permite ajustar resposta de motor/câmbio e direção separadamente). Outro destaque é o detector de ponto cego em cruzamentos.
Entre os equipamentos mais tradicionais, são de série em todas as versões ar-condicionado de duas zonas, faróis de fachos alto e baixo de LEDs. Há também assistente de partida de em aclives e declives, seis air bags, bancos dianteiros com ajuste elétrico, teto solar e freio de estacionamento elétrico.
Visual. Por fora, o novo XC60 tem desenho que o identifica com a antiga geração, principalmente na dianteira. Já as lanternas são parecidas com as do XC90.
Internamente, o carro é a cópia do “irmão” maior. O volante de boa empunhadura traz os mesmos comandos, assim como a ignição por meio de um discreto botão no console.
A central multimídia vertical é a mesma, com tela de 9”. Esse monitor vertical e sensível ao toque concentra todas as funções que seriam delegadas a botões. A solução deixa o interior e elegante e sóbrio, com poucas informações visuais.
Compartilhado também é o painel de instrumentos virtual com tela de 12,3” nas versões Inscription e R-Design. Na Momentum, esse monitor tem 8”.
Dirigibilidade de alemão. Na ensolarada região da Catalunha, o XC60 mostrou que tem atributos para enfrentar os rivais alemãs (Q5, X3 e GLC) não só na tecnologia. Ele também é páreo para o Audi, o Mercedes e o BMW em dirigibilidade.
Nas curvas, o novo XC60 está mais estável, resultado do uso de diferentes tipos de aço na confecção do monobloco. A Volvo divulga que o modelo está mais rígido que o da geração anterior. É possível perceber isso atacando curvas fechadas, situação em que a carroceria rola menos.
Parte desse comportamento é resultado do trabalho das novas suspensões. Na frente, foi adotada a independente do tipo Double Wishbone.
Comparada à mais tradicional, McPherson, ela reduz o mergulho da dianteira em frenagens e nas curvas. Atrás, o XC60 usa o eixo integral, que é um subchassi com multilink independente.
O rodar do XC60 continua confortável, silencioso. Porém, agora as respostas aos comandos no volante estão mais diretas. Isso empolga quem gosta mais de uma condução mais esportiva.
A única versão disponível para avaliação, a T6, não será levada ao Brasil. Ela traz motor 2.0 turbo de 320 cv.
A resposta do acelerador é rápida mesmo no modo de condução confortável. Isso permite realizar ultrapassagens com tranquilidade. A transmissão de oito marchas faz trocas sem trancos e ágeis.
No modo dinâmico, os 320 cv são entregues de maneira tão abrupta que chega a ser exagerada. As respostas ficam bastante agressivas. O motorista precisa ter cuidado para não ultrapassar o limite de velocidade da rodovia.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA VOLVO