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Após enchente, preço de reparo de carro pode superar R$ 30 mil
Manutenção

Após enchente, preço de reparo de carro pode superar R$ 30 mil

Se o carro passar por enchente, custo do reparo parte de cerca de R$ 1,5 mil e vai subindo conforme a severidade do dano; seguradoras indenizam prejuízos

Tião Oliveira

21 de fev, 2023 · 9 minutos de leitura.

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 Após enchente, preço de reparo de carro pode superar R$ 30 mil

A enchente é apenas um dos problemas causados pelas chuvas de verão. Um dos riscos é o motorista ser surpreendido pela enxurrada. Ou mesmo ter o carro atingido por alagamento. De acordo com especialistas, o prejuízo pode passar facilmente de R$ 30 mil, no caso de modelos simples. Dependendo da altura que a água alcançar, a conta parte de R$ 1,5 mil. Este é o preço aproximado para a higienização de compactos com um Fiat Uno ou Volkswagen Polo, por exemplo.

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Custo de reparo varia conforme a severidade dos danos; Foto: Werther Santana/Estadão

Portanto, se a água tiver invadido apenas o assoalho do carro, o serviço é mais simples. Mesmo assim, é preciso desmontar o acabamento. É preciso remover console, carpete e feltros. Assim, eles podem secar individualmente. Em oficinas especializadas, o preço do serviço de higienização não sai por menos de R$ 1,5 mil.

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Nunca entre em alagamento

Porém, se a enchente alcançar o painel de instrumentos, é possível tentar secar os módulos eletrônicos. Assim, quanto mais sofisticado for o carro, mais caro será o serviço. Para os importados, por exemplo, o custo tende a ser ainda mais alto. Seja como for, nem sempre é possível recuperar componentes elétricos. Caso tenha havia curto circuito, é grande o risco de perda da peça.

Portanto, ao se deparar com um local alagado, o melhor é dar meia volta. Se isso não for possível, o motorista só deve tentar atravessar a enchente se a água não ultrapassar a metade da roda. Nesse caso, deve-se manter a primeira marcha engatada e seguir em velocidade baixa, para não formar ondas.

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No litoral paulista, enchente alagou ruas e impediu carros de circular; Foto: JESSICA AQUINO/ESTADÃO

Além disso, o motorista não deve seguir atrás de veículos maiores, como ônibus e caminhões. Além de não ser possível saber a profundidade da água, não dá para saber se há buracos ou objetos submersos. Portanto, se o carro apagar, não tente dar a partida novamente. E, se perceber que a água está subindo muito rapidamente, abandone o veículo imediatamente e procure abrigo.

Seguradoras cobrem danos causados por enchente

Desde o início dos anos 2000, todas as seguradoras passaram a incluir na cobertura básica a indenização de danos causados por enchentes. Quando o custo de reparo for inferior ao valor da franquia, algumas têm uma cláusula de assistência que cobre a higienização do veículo até um valor pré-determinado.

Além de pagar pela recuperação do veículo, independentemente do tipo de estrago, as empresas fazem o cálculo de indenização em caso de perda total. Isso ocorre quando os custos dos reparos ultrapassam 75% do valor médio do carro.


Carro que passou por enchente deve ser levado a oficina especializada

Outro risco em caso de enchente é o chamado calço hidráulico. Isso ocorre quando a água é aspirada. Assim, entra nos cilindros do motor e impede o curso dos pistões, podendo até deformar os componentes. Nesses casos, o custo do reparo pode não compensar.

Procure oficinas especializadas

Outros riscos comuns nessa época do ano são quedas de árvores e incêndios, que podem ocorrer se fios de alta tensão atingirem o carro. As seguradoras também indenizam essas ocorrências. De acordo com especialistas, o ideal é evitar transitar durante chuvas fortes. Sobretudo em áreas mais movimentadas e populosas. isso reduz o risco de acidentes.


Seja como for, o ideal é levar o carro a um especialista. Se o veículo estiver na garantia, deve ir para uma concessionária. Além disso, se o motor não estiver funcionando, é preciso acionar um guincho. Empresas e profissionais especializados cobram a partir de R$ 400 por esse tipo de serviço.

O preço varia de acordo com as circunstâncias do alagamento. Se for necessário retirar o carro de uma garagem no subsolo, por exemplo, é comum a cobrança de uma taxa extra. Para veículos mais pesados, como blindados, também é cobrada uma taxa, que pode passar dos R$ 100. Da mesma forma, o custo do transporte varia conforme a distância percorrida. Uma boa dica é sempre tentar negociar o preço.

Em vias alagadas, não dá para saber a profundidade da água; Foto: Defesa Civil de São Sebastiao

Severidade do dano varia conforme a enchente

Em geral, o serviço de higienização da cabine leva em torno de três a quatro dias para ser feito. Isso inclui a desmontagem, limpeza, secagem e remontagem das peças. Porém, se os reparos incluírem a limpeza de partes do carro que ficaram sob a água, ou mesmo lama, o tempo pode aumentar bastante.

De qualquer modo, o grau de severidade do dano pode ser dividido em três níveis. Se a água chegar até o assoalho, se ultrapassar o nível dos assentos dos bancos e se o carro ficar completamente submerso. Porém, seja qual for o caso o feltro do carpete e a manta do assoalho devem ser trocados. Se isso não for feito, poderá haver corrosão de partes metálicas e mau cheiro. Portanto, não adianta só limpar e secar.

Cuidado com bactérias

Conforme o caso, os bancos e forrações das portas também terão de ser desmontados. Quando isso ocorre, alguns sistemas elétricos, como os levantadores dos vidros, lâmpadas e faróis, por exemplo, provavelmente terão de ser substituídos. Alguns profissionais também recomendam fazer a chamada “limpeza técnica do motor”.


Nesse caso, é feita a pulverização de um desengraxante. Depois, o produto é removido com uma flanela. Por fim, é aplicada uma base de silicone para proteger as partes metálicas e emborrachadas. Outra recomendação é trocar o filtro do ar-condicionado e aplicar ozônio no sistema. A promessa é de que esse gás ajuda a eliminar fungos e bactérias.

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