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Ar será fonte de combustível do futuro
Tecnologia

Ar será fonte de combustível do futuro

Shell cria tecnologia que retira dióxido de carbono do ambiente para criar hidrogênio

04 de mai, 2016 · 6 minutos de leitura.

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 Ar será fonte de combustível do futuro
Técnica da Shell permite valor mais baixo para produção do hidrogênio

Junto da automação dos carros, motivada pela segurança viária, os estudos sobre novos combustíveis dominam os centros de pesquisas de montadoras e empresas de energia. O desafio é criar uma fonte renovável que possa ser utilizada em larga escala no mundo, a fim de diminuir as emissões de poluentes. Para o cientista chefe da Shell, Wolfgang Warnecke, a resposta está no ar.

A empresa trabalha em uma tecnologia que retira o dióxido de carbono do ar e o incorpora à molécula de hidrogênio proveniente do refinamento do diesel para produzir hidrocarbonetos usados como combustível. Além de limpar a atmosfera de gases que aumentam o efeito estufa, essa técnica permite um valor relativamente baixo de produção.

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Nos testes preliminares, o custo deste novo combustível ficou em cerca de US$ 3 (aproximadamente R$ 10,5) por litro, o que poderia ser reduzido em até 70% se fosse feito em larga escala. A Shell ainda não realizou testes para produção em massa do combustível, mas, de acordo com o cientista, como são usados processos abundantes no mundo e uma captação relativamente simples, ao fim dos estudos esse será o menor dos problemas.

Sobre os motores elétricos como alternativa para a redução das emissões por carros, Warnecke afirmou que isso depende de como a energia é feita. Para ele, se um país como a França investe em elétricos, a balança é positiva, pois lá se usa como base a energia nucelar, que não polui o ar.

Porém, se a mesma decisão for tomada pela China, o mundo teria um problema, pois praticamente toda energia consumida no país asiático é termoelétrica, vinda de usinas que usam carvão – nocivo para as vias aéreas da população.


O alto custo e baixa autonomia das baterias elétricas também são apontados como um entraves pelo cientista. Porém, novas experiências como a Gigafactory, que entra em operação este ano para ser a maior fábrica de baterias do mundo, são apontadas como solução. Isso porque a empresa se propõe a otimizar processos produtivos do componente para reduzir custos.

Segundo o cientista da Shell, outra vantagem do hidrogênio é poder mover carros elétricos, como já ocorre com Toyota Mirai e Honda FCX.

Há dois anos, um estudo da empresa concluiu que carros a combustão interna só estarão no mercado até 2070. No entanto, a Shell acredita que, durante a transição para o hidrogênio, o uso de gás natural e eletricidade irão crescer, mas, ao menos até 2035, a maioria dos carros ainda vai usar combustíveis à base de petróleo.


No Brasil. O País foi alvo de muitas visitas de Wolfgang Warnecke, nos últimos anos. Para ele, um rumo precisa ser adotado por aqui, já que a matriz energética principal, o etanol, não se tornou uma commodity internacional. Por isso, os investimentos no avanço desse combustível ficam escassos. Mas como a energia do País é basicamente hidrelétrica, o carro elétrico pode ser um bom caminho.

O governo já sinalizou um avanço nessa área com a extinção de alguns impostos de importação dos elétricos, mas é preciso mais incentivos e a aposta em mais locais de recarga.

Hoje, na cidade de São Paulo tem poucos postos. O ponto mais central para se carregar um veículo elétrico é no Shopping Patio Paulista, na Avenida 13 de Maio.


Viagem feita a convite da Shell

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.