Algumas particularidades da economia brasileira decretaram o fim de modelos conhecidos no Brasil e moldaram a gama de várias montadoras. Fabricantes como a Renault tiveram que adaptar suas gamas para permanecer no País. Por isso, modelos como Clio, Scénic e Megane, fabricado por mais de uma década no Brasil, saíram de cena. No lugar, modelos como Logan, Sandero e Duster passaram a ser os carros chefes da marca.
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No entanto, se por aqui os modelos antigos da Renault deixaram de ser vendidos, na Europa eles continuaram suas trajetórias. Por aqui tivemos as duas primeiras gerações do médio, como hatch e sedã na primeira e sedã e perua na segunda. Depois delas – as últimas safras da Megane Grand Tour saíram em 2012 -, outras duas foram lançadas no Velho Continente, em 2008 e 2016.
Por aqui, a Renault ainda apostou no Fluence nos anos seguintes, como opção no segmento de sedãs médios. No entanto, o modelo só durou até 2017, quando a marca saiu de vez do mercado médios. Ainda assim, o Fluence tinha origem sul-coreana, oriundo de uma parceria entre a Renault e Samsung.
O caso Dacia
Enquanto isso, as linhas Logan e Sandero, mostrados em 2006 e 2007, respectivamente, dominaram o portfólio da marca. E com razões para tal. Espaçosos e com bom custo-benefício, caíram no gosto do brasileiro e alavancaram as vendas da marca.
No entanto, a crítica não perdoou as origens “mais humildes” da dupla. Embora com participação e investimento da Renault, os modelos haviam sido lançados na Europa pela Dacia, marca romena de baixo custo do grupo francês.
Embora cabine e desenho dos modelos de origem romena sejam de fato feitos pela Dacia, a plataforma é a mesma usada pelas gerações mais recentes do Clio, a B0.
A mudança de rumo da marca no Brasil, vendendo por aqui modelos tidos como de baixo custo em outros mercados, pode ter feito bem às finanças da marca. Mas não a livra de críticas pela ausência dos Renault “de verdade” aos quais o consumidor havia se acostumado. Ainda assim, não parece ser algo que impacte as vendas de Logan, Sandero e Duster por aqui.
Vida que segue
A Scénic também acompanhou a evolução do Megane e também está na quarta geração na Europa, lançada em 2016. Moderna, tem assistentes de condução e um visual pra lá de esportivo, para uma minivan. No Brasil, a primeira geração da Scénic fez história ao ser a primeira minivan fabricada no País e deu origem ao “boom” de modelos do tipo por aqui. Após ela vieram as Citroën Xsara Picasso e a Chevrolet Zafira, ambas também bem sucedidas no mercado brasileiro.
O Clio, por sua vez, também só teve duas gerações vendidas no Brasil ao longo de mais de 20 anos. A quinta geração do modelo acaba de ser apresentada na Europa, recheada de tecnologia.
SUVs
Embora a Renault tenha sido a primeira marca a lançar um real concorrente para o Ford EcoSport ainda em 2012 com o primeiro Duster, o crescimento do mercado de SUVs no Brasil pedia um modelo mais sofisticado.
Para atender à demanda, a montadora lançou em 2017 o Captur, mais moderno e bonito que o Duster. No entanto, o modelo feito em São José dos Pinhais (PR) guarda algumas diferenças com o SUV feito na Europa desde 2013.
“Nosso” Captur é igual ao modelo russo (que se chama Kaptur), feito sobre a plataforma do Duster, ante a base do Clio de quarta geração usada sob o Captur europeu. Além do custo menor de produção, o modelo feito aqui é maior e mais espaçoso do que o feito pela Renault na Espanha.
A gama europeia ainda tem os Kadjar e Koleos, SUVs de porte médio e grande respectivamente. O Koleos chegou a ser prometido para o Brasil ainda em 2017. No entanto, a marca alterou os planos e o lançamento do carro é incerto por aqui.