Rafaela Borges, de Munique, Alemanha
O A3 Sport é a versão “pimentinha” da nova geração do hatch Audi. Com duas portas, chegará ao Brasil em maio – a Sportback, com quatro, estreia em junho, período em que devem desembarcar aqui outras duas novidades do segmento: Mercedes-Benz Classe A e Volvo V40.
O objetivo da Audi é posicionar o A3 abaixo dos R$ 100 mil. Essa faixa de preço é estimada para a versão Sportback 1.4 turbo, de 122 cv. A Sport virá com o 1.8 turbo de 180 cv e será a intermediária – haverá ainda a Sportback 1.8, de topo. Em todas, o câmbio será o automatizado de sete marchas, uma a mais que na geração anterior. Essa, aliás, tinha propulsor 2.0 turbo de 200 cv.
Avaliamos o novo A3 Sport em rodovias nos arredores de Munique e no centro da cidade. O tempero que se espera de um carro de duas portas, que tem apelo para clientes que buscam esportividade em detrimento da funcionalidade, se faz presente nesse hatch.
O torque é alto para um carro relativamente leve (pesa 1.325 quilos). São 25,5 mkgf entregues a partir de 1.250 rpm. Combinado às trocas muito rápidas da transmissão – que tem uma embreagem para as marchas pares e outra para as ímpares, o que reduz o tempo entre as mudanças -, deixa o A3 Sport arisco na hora de acelerar. Conforme a Audi, ir de 0 a 100 km/h leva só 7s2.
Em ultrapassagens, os carros que iam a mais de 150 km/h nos trechos livres das rodovias alemãs não intimidaram o A3. Mas a tarefa de chegar à máxima pode decepcionar. Acima dos 180 km/h, o hatch se mostrou “preguiçoso” na hora de ganhar velocidade.
A dirigibilidade é o ponto alto do A3 Sport. Mesmo ten do apenas ajustes manuais no banco e volante, é fácil achar a perfeita posição de guiar.
As respostas da direção surpreendem para um sistema com assistência elétrica. E o Audi fica grudado no chão mesmo ao ser provocado em pista escorregadia. O controle eletrônico de estabilidade (ESP) ajuda a domar o carro, principalmente em curvas fechadas.
O comprimento do hatch diminuiu 0,3 centímetro em relação ao anterior, mas a impressão é que ele ficou bem menor. Isso porque suas linhas estão mais delicadas. A distância entre-eixos, por outro lado, cresceu 3 cm, mas ainda há aperto no banco de trás para quem tem mais 1,75 metro de altura – principalmente na hora de sair do carro.
O pacote de equipamentos da versão destinada ao Brasil inclui ar-condicionado com duas zonas de resfriamento, teto solar, air bags frontais, laterais e para o joelho do motorista, faróis bixenônio, direção elétrica e sistema multimídia. Farão falta os ajustes elétricos para o banco do motorista e o revestimento de couro. De opcional há apenas navegador GPS.
Concorrência
O Série 1 é o rival a ser enfrentado pela turma de hatches sofisticados que está vindo. Por a partir de R$ 89.950 (versão 116i), o BMW chegou no ano passado em segunda geração. A do Audi é a terceira – a primeira foi feita inclusive no Brasil.
O Classe A, também de terceira geração, estreia em abril apenas com quatro portas. A primeira versão do modelo foi fabricada no Brasil, mas a segunda não foi bem aceita pelo mercado. Depois de curto período de importação, a Mercedes passou a trazê-lo apenas por encomenda, deixando a vaga de carro de entrada para o Classe B.
A nova geração, com mais cara de hatch que as anteriores, chega com a missão de virar o jogo. A meta da marca é oferecê-la por menos de R$ 100 mil.
Inédito no segmento, o Volvo V40 vem para tentar fazer o que o C30, de porte menor, não conseguiu. A sueca pretende vendê-lo no País a partir do fim do primeiro semestre.
Viagem feita a convite da Audi