LUÍS FELIPE FIGUEIREDO
Derivados de sedãs historicamente concorrentes, BMW X1 (feito sobre a base do Série 3) e Audi Q5 (plataforma do A4) repetem a rivalidade nesse segmento que reúne crossovers e utilitários-esportivos médios de aptidão mais próxima da de carros esporte que de rústicos jipes. Desses alemães, a versão xDrive28i, a mais sofisticada do X1, parte de R$ 198.000 e se aproxima da de entrada, Attraction 2.0 TFSI, do Q5, que é tabelada a R$ 205.840.
Em comum eles têm tração nas quatro rodas, alto nível de equipamentos e desempenho vigoroso. Neste comparativo o Q5 se saiu vencedor por oferecer a melhor combinação de todos esses fatores.
Um dos trunfos do Audi está sob o capô. Seu motor quatro-cilindros 2.0 a gasolina de 214 cv entrega os 35,7 mkgf de torque máximo a apenas 1.500 rpm, graças ao turbo. A caixa de câmbio automatizada de sete marchas é outro destaque. Com duas embreagens, faz trocas em fração de segundo e permite ao carro manter aceleração quase constante. Isso lhe dá pegada mais arisca que a do BMW, embora seja quase 20% menos potente.
O propulsor do X1, também a gasolina, tem seis cilindros em linha, 3 litros, 258 cv e 31,6 mkgf a 2.600 rpm. Seu câmbio automático de seis marchas é primoroso, mas fica devendo ao do Audi. Em aceleração, a sensação que o BMW proporciona ao volante é menos intensa que no Q5.
No porte é pequena a diferença entre eles. O Audi é 18 cm mais comprido (são 4,63 metros ante 4,45 metros do BMW) e tem 4 cm a mais no entre-eixos (2,80 metros ante 2,76 metros). A maior diferença está na altura: o X1 é 11 cm mais baixo (1,54 metro, ante 1,65 metro), o que proporciona comportamento de hatch e desenvoltura superior em curvas. A posição de dirigir também é mais agradável nele.
Impressiona a eficiência da suspensão do BMW, que tem rodar macio mesmo com os pneus de perfil baixo (225/45 R18). O Q5 é mais sensível e transmite as irregularidades do piso à cabine.
Com assistência elétrica, a direção do Audi é rápida. O Q5 muda de direção com agilidade, em que é ajudado pelos pneus 235/60 R18. O BMW tem sistema de direção com assistência hidráulica.
As listas de equipamentos de série do X1 e do Q5 são bem parecidas. O BMW se destaca por incluir o teto solar elétrico. Para o Q5 o item é opcional, a R$ 9.115. Por outro lado, as cores metálicas custam R$ 1 mil para o X1. Para o Q5 estão incluídas no preço de tabela, embora haja menos opções (sete, ante 15).
O X1 oferece a melhor posição de dirigir, mais baixa e próxima à de sedãs. O Q5 contra-ataca com mais espaço e saída de ar-condicionado para o banco de trás. Este ainda pode ser ajustado longitudinalmente, para aumentar o espaço do porta-malas – que, mesmo na posição “normal”, é maior (540 litros ante 420 litros).
Na cabine do X1 há menos ruído. Além do melhor isolamento acústico, colabora para isso a clássica configuração em linha dos seis cilindros do motor BMW, que é mais equilibrado que o quatro-cilindros do Audi.
No seguro, o que chama a atenção não são os valores das apólices, mas os das franquias. Nas cotações “cheias”, podem ser de até R$ 17 mil para o BMW, que apesar disso tem prêmios mais em conta que o rival.