
Ao pressionar o botão de partida, ainda com a alavanca do câmbio automático de oito marchas na posição “P” e o freio de estacionamento acionado, feche os olhos. Crave o pé no pedal do acelerador. Mas cuidado para não se assustar com o urro que ecoa da dupla saída de escape da RS6 Avant, que a Audi começa a vender no Brasil em versão reestilizada, com preço estimado em R$ 550 mil.
Ainda de olhos fechados, concentre-se no som do 4.0 V8, que certamente vai elevar seu nível de adrenalina. Só então levante as pálpebras, engate “S” e solte as amarras da perua alemã. Pise fundo, para que o biturbo libere os 560 cv e impressionantes 71,4 mkgf a apenas 1.750 rpm, e aproveite. A vida é muito boa.
A Audi RS6 Avant é a perua mais rápida do mundo. De acordo com informações da fabricante, ela pode acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos e chegar a 305 km/h.
Esses números são ainda mais espetaculares ao considerar que o carro é grandalhão. Com quase 5 metros de comprimento, ele pesa 2.o10 kg.
Nas acelerações, o corpo do motorista é projetado contra o banco e o ponteiro do acelerador sobe rapidamente para a casa das duas centenas de quilômetros por hora.
Na hora de frear, as respostas são imediatas. Basta um toque leve no pedal esquerdo e os eficientes discos de carbono-cerâmica já entram em ação.
Ao pisar forte, a RS6 estanca. Seus pneus mal derrapam, graças ao ABS e controles eletrônicos de estabilidade e tração.
O 4×4 permanente distribui 50% do torque para cada eixo, mas pode chegar automaticamente a 15/85. A força é direcionada tanto para as rodas traseiras quanto para as dianteiras, conforme a necessidade.
Os sistemas eletrônicos ajudam a manter a RS6 sob controle mesmo quando ela é provocada ao extremo. E não adianta nem reduzir o auxílio eletrônico à estabilidade. A perua continua grudada ao chão.
Para encarar curvas, o ideal é ajustar o modo de condução para a função Dynamic. As respostas da direção ficam mais diretas, as trocas de marcha passam a ser feitas em rotação alta e a suspensão “endurece”. Se o piso for um pouquinho irregular, as imperfeições serão sentidas com intensidade a bordo.
Nas reduções de marcha, o motor responde com estrondos que podem ser ouvidos claramente na cabine. Principalmente quando as trocas são feitas manualmente, por meio das hastes atrás do volante.