Luís Felipe Figueiredo
Indaiatuba (SP) – Foi ao som do ronco do motor V8 do Camaro que a GM celebrou seu retorno à bolsa de valores de Nova York, na semana passada. O esportivo que simboliza essa nova fase da fabricante e cujo nome remete a “camaradagem” está à venda no País por R$ 185 mil, apenas na versão SS. O primeiro lote teve vendidas 295 unidades (das 326 trazidas). Outras 300 chegarão até o fim do ano e a meta é comercializar de 50 a 100 por mês.
Essa é a quinta geração do esportivo (a primeira é de 1966), apresentado como conceito em 2006. Antes disso, sua produção havia sido suspensa em 2002, por causa das baixas vendas. O retorno do “camarada musculoso” ficou marcado pela participação no filme Transformers. Fabricado no Canadá, suas vendas nos EUA começaram no ano passado.
Sob o capô está o motor 6.2 V8 feito de alumínio, mas com apenas duas válvulas por cilindro. A potência é de 406 cv. O torque impressiona, com 56,7 mkgf. O câmbio é automático de seis marchas com opção de trocas por botões atrás do volante. A versão manual, que não será vendida aqui, é mais potente, com 426 cv. Mas só a com a caixa automática possui sistema de gerenciamento que pode desligar quatro cilindros em situações de baixa carga, para economizar gasolina.
Esse vigor não pôde ser devidamente apreciado. Além de ter mínimos 1,5 km de extensão, o trecho disponível para avaliação estava delimitado por cones. Por isso também não foi possível conferir a desenvoltura do Camaro em curvas – em geral pouco apreciadas por esportivos americanos. Essa questão poderia ter sido resolvida com a adoção da plataforma Zeta. Desenvolvida pela australiana Holden (subsidiária da GM), utiliza suspensão independente multibraço na traseira (em vez do arcaico eixo rígido).
Só deu para checar a aceleração, um de seus trunfos: segundo a GM, o carro vai de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. Para estancá-lo, os freios utilizam pinças da italiana Brembo. A posição de dirigir é facilitada pelos ajustes elétricos dos bancos, mas estes não dão tanto apoio ao corpo quanto os de modelos alemães, por exemplo. O volante também não permite empunhadura ideal. E o ronco do V8 é melhor apreciado do lado de fora: o bom isolamento acústico da cabine restringe esse traço da personalidade do Camaro.