Avaliação: F-Type Coupé é um Jaguar furioso

Modelo chega ao Brasil com três versões de motor e preços estimados entre R$ 370 mil e R$ 580 mil

Por 06 de abr, 2014 · 7m de leitura.
Motorização pode ser V6 de 340 cv e 380 cv, ou V8 de 550 cv

Lleida (Espanha)

Quando o F-Type foi lançado, há cerca de um ano, a Jaguar conseguiu resgatar sua veia esportiva e, de quebra, alçou o conversível ao rol dos carros mais bonitos do mundo. A versão cupê, que está chegando agora à Europa e estreia no Brasil ainda no primeiro semestre, se iguala ao “irmão caçula” no quesito beleza e o supera em tecnologia e desempenho. Disponível em três versões – V6 (340 cv), V6S (380 cv) e V8R (550 cv) – o modelo deverá ter tabela entre R$ 370 mil e R$ 580 mil. Fomos ao circuito de Aragón acelerar a opção mais furiosa do novo felino e constatamos: ele pode ser domado, mas é preciso ter paciência, respeito e, sobretudo, cuidado.


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No visual, a dianteira é idêntica à da versão com teto retrátil. Atrás, os para-lamas são maiores e têm desenho que remete ao do E-Type. Há aerofólio, que se ergue automaticamente a partir de 110 km/h e baixa quando a velocidade é reduzida para menos de 70 km/h. As lanternas são de LEDs.

Por dentro, o F-Type é completo e muito bem acabado. Os bancos esportivos, com ajustes elétricos, são revestidos de couro, assim como as laterais das portas e detalhes do painel, e abraçam o motorista e o único passageiro. Há sensores de estacionamento com câmera, sistema de entretenimento com navegador GPS e ar-condicionado digital. Suas saídas principais ficam ocultas no painel e surgem quando ele é ligado.

Feito totalmente de alumínio, o F-Type Coupé oferece ótima rigidez torcional, independentemente de o teto ser de metal ou vidro, segundo informações da Jaguar. Entre as soluções desenvolvidas pela fabricante, as laterais da carroceria são formadas por uma peça única, prensada.


A suspensão adaptativa foi recalibrada, há diferencial ativo de segunda geração e novo controle de estabilidade. O recurso funciona em conjunto com os freios e, quando “percebe” que o carro está “escapando” em curvas, por exemplo, atua nas rodas que estão na parte interna da tangência – têm 20 polegadas nas versões V6 e 21” na R.

O resultado é que esse Jaguar permanece sob controle do motorista mesmo em situações extremas, como ao contornar curvas fechadas em alta velocidade ou com pista molhada. Um botão ao lado da alavanca de câmbio aciona o modo Dynamic, que altera as respostas da suspensão, direção e câmbio, deixando o carro mais arisco.

O motor, feito de alumínio, tem injeção direta de gasolina e dois intercoolers. É possível mudar o som do escapamento por meio de um botão no console central. Nesse caso, em reduções de marcha, o sistema simula “engasgadas” típicas dos muscle cars dos anos 60 e 70.


Na pista, o vê-oitão “sobrou”. A faixa vermelha do conta-giros, que começa em 7 mil rpm, surgia muito mais rapidamente que a próxima curva. Na imensa reta oposta foi possível chegar a 270 km/h, antes de “estancar” o carro preparando-o para encarar o cotovelo, como pode ser descrita a curva no fim do baixadão do circuito.

O câmbio, com aletas atrás do volante, responde rápido e despeja, quase imediatamente, os 68 quilos de torque nas rodas de trás. Ao se pressionar forte o pedal da direta, o F-Type urra e pula à frente com tanta disposição que basta um leve vacilo para o motorista ver a traseira do carro escapar. Os freios, de carbono-cerâmica, não deram sinal de fadiga nem quando muito exigidos.