Ezequiel Daray – CAR NEWS/SARDENHA
Estacionado na porta do aeroporto Olbia, o Golf “vermelho-tomate” acende seus LEDs como se estivesse me cumprimentando. O salto evolutivo em relação à quarta geração vendida no Brasil é gigantesca, meu amigo. Sorte que o G7 deve chegar ao mercado brasileiro em 2014.
Abro a porta e me deparo com um ambiente muito claro, algo bem comum nos modelos da Volkswagen vendidos na Europa. No painel se sobressai a chamativa tela sensível ao toque, de uso intuitivo. Mas antes de acelerar o motor 1.4 TSi, com injeção direta de gasolina e turbo, fiz questão de me sentar em todos os bancos para conferir o que os executivos da empresa apregoam sobre o interior maior.
É coisa de quem tem o Golf 4 como referência, devem ter imaginado os alemães que me olhavam com cara de interrogação. E sim, o hatch encorpou e está mais para Hyundai i30 e Ford Focus. O ajuste de bancos e volantes é manual e a espuma dos bancos está bem mais rígida.
A potência específica desse 1.4 é de 100 cv/l. Mas os 140 cv do Golf demandam pouco – a Volks informa até 20 km/l de gasolina.
Um dos segredos é a curva de torque redonda, quase como a de motores a diesel. Há força máxima a partir das 1.500 rpm.
Em um trecho de subida da serra, chamou a atenção o quanto o câmbio automatizado de sete velocidades busca as marchas altas quando está na posição “D”. A prioridade é reduzir o consumo.
Mas basta acionar o modo manual e lançar mão das aletas atrás do volante para o Golf mudar de humor. Com suspensão traseira independente, ele não mergulha. A adrenalina cresce e o VW parece não se incomodar.
Pena que a direção não dá mais tom a essa tocada. De olho no mercado americano, a fabricante preferiu reforçar a assistência do sistema. Os engenheiros bem que podiam ter parado um pouco antes e o novo Golf seria ainda mais divertido.
Na Volks ninguém esconde a expectativa do Golf ser eleito o carro do ano na Europa – o resultado sai no dia 4 de março. E o hatch tem potencial.
Ganho de escala
A relação preço-diversão, ao menos no Velho Continente, é difícil de ser igualada. Muito disso se deve à plataforma MQB, que não apenas reduz os custos por escala (dará origem a 40 carros), como vai facilitar a vida do cliente na hora do reparo, já que o software do Golf será o mesmo do de tantos outros Volkswagen.
A montadora ainda não definiu qual fábrica produzirá o carro que será vendido no Brasil. México e São José dos Pinhais, no Paraná, estão no páreo.
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