Leandro Alvares
A principal novidade da linha 2013 do Honda CR-V é o motor 2.0 flexível, que substitui o anterior só a gasolina. Mas o que impressiona mesmo no utilitário, que chega em maio às autorizadas, é o aumento dos preços. São R$ 98.900 para a versão LX, de entrada, e R$ 114.900 para a de topo (EXL 4×4, com bancos de couro, teto solar, GPs, etc). Até então a tabela era de R$ 86.915 e R$ 102.160, respectivamente. Em ambas, câmbio é automático de cinco marchas.
O reajuste, segundo informações da fabricante, deve-se ao limite de cotas de importação determinado pelo regime automotivo Inovar-Auto a carros estrangeiros – o utilitário-esportivo é mexicano. Essa é também a justificativa para o fim da opção com caixa manual de seis marchas.
Os quase R$ 12 mil a mais para a versão LX, como a avaliada, responsável por 65% das vendas do modelo, não ofuscam o brilho do CR-V. O jipe satisfaz em termos de espaço, conforto e desempenho. Este, aliás, pouco mudou.
O motor flexível compartilhado com o sedã Civic (com o qual o jipe divide plataforma), é dotado de sistema de velas aquecedoras que permitiram eliminar o tanquinho de gasolina para as partidas a frio. O 2.0 gera 155 cv e 19,5 mkgf com etanol. Na versão antiga a gasolina, os números eram de 155 cv e 19,4 mkgf, respectivamente.
Na prática, isso se traduz em agilidade. O CR-V, com 1.965 quilos que não sofre para sair da inércia (80% da força máxima surge a 3.500 rpm). Contribui para o desempenho o câmbio, que trabalha bem afinado com o propulsor e efetua trocas quase imperceptíveis. Outro trunfo do conjunto mecânico é o baixo nível de ruído mesmo quando se pisa fundo no pedal do acelerador.
O Honda agrada ainda pelo equilíbrio das suspensões, que o tornam confortável sem prejudicar a estabilidade em curvas, e pela ergonomia, com direito a campo de visão amplo. Na cabine, com acabamento de boa qualidade, há bom espaço para cinco adultos com mais de 1,85 m.
O tanque de combustível cresceu de 58 para 71 litros. Abastecido com 100% de etanol, em trecho rodoviário, com velocidade constante de 120 km/l e conta giros entre 2.200 e 3.500 rpm, o consumo indicado no computador de bordo foi de 7,4 km/l.
Bem equipado, o CR-V tem direção elétrica de respostas eficientes, ar-condicionado e câmera de auxílio a manobras na traseira, entre outros itens. A versão LX passa a trazer sistema Bluetooth com comandos no volante e chave do tipo canivete.
Mas, pelo preço, o recheio deveria ser maior especialmente na opção EXL, carente de retrovisor fotocrômico, sensor de estacionamento dianteiro, cinto de três pontos para o terceiro passageiro atrás e saída de ventilação na área traseira. O som da buzina, igual ao da moto Honda CG, também destoa no CR-V.
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