Diego Ortiz
A chegada dos hatches moderninhos Chevrolet Onix e Hyundai HB20 no fim de 2012 atrapalhou a já difícil vida do JAC J3 no País. A estratégia da marca chinesa para reaquecer as vendas foi apelar para o lado emocional, principal fator de decisão de compra dos brasileiros. O carro foi enfeitado por fora e por dentro e ganhou motor mais forte em uma versão batizada de Jet Flex, que chega às lojas tabelada a R$ 37.490.
Seu quatro-cilindros flexível de 1,5 litro que gera até 127 cv e 15,7 mkgf (o mesmo do sedã J5) é o grande trunfo do carro. Com ele o J3 mostra ótimo desempenho em qualquer faixa de rotação e se torna até divertido quando a pista está livre, algo bastante raro hoje em dia.
O baixo peso, de 1.070 quilos, também ajuda. O câmbio manual de cinco marchas tem relações boas, mas peca nos engates – nada muito grave, é verdade.
Outro destaque do J3 Jet Flex é a ausência do tanquinho de gasolina para as partidas a frio. Segundo informações da fabricante, o motor liga perfeitamente em qualquer temperatura.
O hatch seria melhor de dirigir se a direção hidráulica não fosse boba. Imprecisa, tira um pouco da intenção esportiva do compacto, o que é uma pena, pois a suspensão independente simples na dianteira e com dois pontos independentes na traseira trabalha muito bem – há uma leve tendência a sair de frente, mas ela é fácil de controlar.
A rolagem da carroceria não é excessiva, mas o conjunto poderia ser um pouco mais firme para diminuir o retorno em buracos. Depois que passa por obstáculos como lombadas, por exemplo, o J3 Jet Flex fica mais tempo no sobe e desce do que o ideal.
Os freios, com sistema ABS e EBD, são bons, mas o pedal tem curso livre grande. Isso não combina com a proposta esportiva desse JAC.
Por fora, para se diferenciar dos outros J3, o Jet Flex traz máscara negra nos faróis, rodas de alumínio de 15 polegadas com desenho exclusivo e faixas laterais, pretas ou brancas, dependendo da cor da carroceria. Atrás, as únicas diferenças são as inscrições “J3 S” e “Jet Flex” coladas na tampa do porta-malas.
No interior, o acabamento continua do mesmo nível mediano das outras versões. Assim como nos “irmãos”, a lista de itens de série é ampla, com direito a air bag duplo, sensor de auxilio em manobras e som de ótima qualidade com tocador de MP3.
Há ainda boas surpresas, como o novo revestimento mais aderente dos assentos (com costuras vermelhas) e pedaleiras de alumínio. Também há soleiras com o nome da versão e o painel tem nova iluminação vermelha, ante a azul do J3 “comum”.
Tudo para tentar atiçar o instinto esportivo que há em muitos consumidores. Mesmo que o carro tenha motor de 1.499 cm³.
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