Misture pedras, buracos, aclives desafiadores e descidas escorregadias. Acrescente um pouco de poeira e adicione lama a gosto. Quem gosta de trilhas costuma ter preferências meio estranhas. Uma das frases recorrentes entre os praticantes de off-road é a que diz que, “quanto pior o caminho, melhor”. Visto sob essa ótica, o roteiro escolhido pela Mitsubishi para lançamento do novo Pajero Sport foi um prato cheio. Reuniu todos esses ingredientes em um dia inteiro de maus caminhos.
O roteiro que começou em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, cruzou a divisa com Minas Gerais e foi até Poços de Caldas, antes de voltar ao ponto inicial. No caminho, subiu até o Pico do Gavião, a 1.500 metros de altitude. A maior parte do caminho foi feita por terra.
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O Pajero Sport tem sete lugares, tração 4×4, motor 2.4 turbodiesel e está chegando às lojas por R$ 265.990. Importado da Tailândia, o modelo chega mirando no Toyota Hilux SW4 (a partir de R$ 259.560) e no Chevrolet Trailblazer (R$ 231.990) – considerando-se os modelos com motor diesel e sete lugares.
+ L200 Triton ganha preparação profunda
Castigamos o Pajero Sport por cerca de cinco horas em todo tipo de terreno, por mais de 200 km, e ele não nos castigou de volta. O modelo alia conforto por dentro (incluindo até um pouco de luxo) e alta capacidade off-road por baixo.
Graças à eletrônica (que gerencia a tração) e à robustez (como a picape L200 Triton, o modelo utiliza chassi sobre longarinas), o Pajero Sport é capaz de encarar os piores caminhos. De acordo com o supervisor de Planejamento da Mitsubishi, Fabio Maggion, mesmo que apenas uma das rodas tenha tração, o carro é capaz de sair sozinho da situação. Tudo isso graças aos vários modos de tração, que incluem tração 4×4 (alta e reduzida) e bloqueio de diferencial. As mudanças são feitas por um controle giratório no console, e algumas (de 4×2 para 4×4, por exemplo), podem ser feitas a até 100 km/h.
O motor 2.4 turbodiesel de quatro cilindros rende 190 cavalos de potência e 43,9 mkgf de torque. Ele dá boa agilidade ao SUV de 2.095 kg. O carro é rápido no asfalto e mostra muita força fora de estrada. O câmbio automático tem oito marchas. Como no esportivo Lancer Evo, há enormes hastes de magnésio para trocas manuais no volante. As duas primeiras marchas são bem reduzidas, para melhorar o desempenho no fora de estrada. Uma das características do motor é o baixo nível de vibração e ruído. De acordo com Maggion, isso se deve à baixa taxa de compressão, de apenas 15:1.
Pajero Sport é melhor vindo do que indo
Em termos visuais, o Pajero Sport é melhor vindo do que indo. De frente e de lado (até a porta traseira), o modelo agrada, mas a parte traseira gera muitas críticas, principalmente por causa do desenho das lanternas. O conjunto ótico é de LED, e há uma profusão de cromados pela carroceria, incluindo maçanetas e corpo dos retrovisores.
O acabamento interno é bom, mas, apesar das texturas bem trabalhadas no painel, a superfície é rígida. Há teto solar e central multimídia com tela de 7″. O controlador de velocidade é adaptativo (acompanha o ritmo do trânsito).
Os bancos têm couro franzido de bom aspecto, mas somente o do motorista conta com ajustes elétricos. Da mesma forma, apenas a janela do condutor dispõe de comando “um toque” para subida e descida totais. Há saída de ar-condicionado para a traseira, mas a terceira fileira de bancos é indicada somente para crianças. O rebatimento dos bancos pode ser feito por teclas na lateral do porta-malas.
No quesito segurança, há frenagem automática e nove air bags. De acordo com a Mitsubishi, os sacos infláveis do tipo cortina estendem-se até a terceira fileira de bancos, razão pela qual na conta da montadora há 11 air bags.
De acordo com Fabio Maggion, a expectativa da Mitsubishi é vender cerca de 250 unidades do modelo por mês.