LEANDRO ALVARES
FOTOS: CLAYTON DE SOUZA/ESTADÃO
Pelo desenho da carroceria, é difícil definir a sexta geração do Maserati Quattroporte GTS, que acaba de chegar ao País por R$ 950 mil. Visto de frente, o sedã italiano tem pinta de esportivo invocado. Na traseira, as linhas conservadoras remetem ao perfil sóbrio de carros de luxo.
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Ao volante, porém, basta rodar alguns quilômetros para o motorista compreender o modelo: uma máquina de tração traseira gostosa de guiar, com competência para andar rápido e oferecer muito conforto a bordo.
A dose de adrenalina presente no Quattroporte está no motor 3.8 V8 biturbo, com injeção direta de gasolina, desenvolvido pela Ferrari – as duas marcas são controladas pelo Grupo Fiat. São 537 cv de potência e impressionantes 72,3 mkgf a 2.250 rpm, superando em 3 mkgf o torque entregue pelo V8 de 560 cv do alemão BMW M5, um dos rivais do Maserati.
Não à toa, o sedã feito em Modena pode acelerar de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos, de acordo com informações divulgadas pela fabricante.
Na prática, o Quattroporte é de arrancar sorrisos, ainda mais após se pressionar o botão Sport no console central. Ao ativar esse recurso, as trocas do câmbio automático de oito marchas, de engates suaves em condução amena, passam a ocorrer em giro alto e o ronco do vê-oitão fica mais agressivo e metalizado.
A alegria aumenta ao ativar a tecla M, que permite trocas de marcha manuais “de verdade” (sem intervenção eletrônica caso o motorista erre) e fazer mudanças por meio de hastes atrás do volante, que tem arco mediano e oferece pegada esportiva.
Mas o Maserati não se resume a bom desempenho. O alto teor de luxo surge no acerto das suspensões (firmes para manter o carro grudado ao chão em curvas, mas macias ao encarar buracos), no amplo espaço interno para quatro adultos (são 3,17 metros de entre-eixos) e em mimos comuns em carros dessa faixa de preço: bancos de couro, tela no painel sensível ao toque, teto solar, rodas de 21”, ajustes elétricos para os assentos e distância dos pedais, etc…
O Quattroporte é quase uma Ferrari, mas com o conforto que os “cavallinos rampantes” não costumam oferecer.