Quando um carro renovado chega às concessionárias, sua campanha de lançamento não se cansa de propagar o fato de que o motor está mais potente. Ironicamente, esta forte ferramenta de marketing é cada vez menos usada no segmento de carros de luxo importados, que, para se ajustarem à legislação europeia, estão ganhando motores menores e, na majoria das vezes, menos potentes.

Isso está obrigando os homens de marketing a criarem novas soluções: como convencer o cliente de que ele está ganhando, não perdendo? No caso do Audi A4 com o novo motor 1.8 turbo, informando que, sem prejuízo ao desempenho, a economia de combustível ante o antigo propulsor 2.0 é de 21%.

Desde setembro, o carro está nas concessionárias com o motor de 170 cv, ante os 180 cv do anterior. O torque, porém, não mudou. São 32,6 mkgf, agora disponíveis a partir de rotação inicial mais baixa, 1.400 rpm. O câmbio continuamente variável Multitronic, por sua vez, teve relação entre as polias retrabalhada, a fim de compensar a perda de potência. O preço foi de R$ 129.200 para R$ 135.900 na versão de entrada, Attraction, que recentemente, após a alta do IPI, teve novo aumento e foi a R$ 138.990. A de topo, Ambiente, sai a R$ 147.990. Ambas ganharam equipamentos.

Na prática, o sedã se comporta como o antigo A4 2.0, com destaque para as retomadas convincentes, bastante ágeis, impulsionadas pelo bom torque em baixa rotação. O câmbio, porém, poderia ser mais rápido nas trocas com o pé fincado no acelerador, situação em que acaba provocando um aumento desnecessário na rotação do motor.

De acordo com a Audi, na hora de acelerar de 0 a 100 km/h, houve perda imperceptível. Antes, o carro levava 8,2 segundos e agora, faz isso em 8,3 s.

A montadora informa também que o consumo médio, aferido em laboratório, agora é de 17,24 km/l, ante 14,1 km/l do sedã anterior – ou 21% a menos. Para obter esse ganho, além da redução do tamanho do motor – que, aliás, é o mesmo usado no A3, mas na posição longitudinal -, há sistema start&stop, que desliga o propulsor quando o carro está parado em semáforos, por exemplo.

Outra novidade é que o carro reúne dois sistemas de injeção, direta e indireta. Por meio de sensores no pedal do acelerador, o computador do sedã “decide” qual a melhor maneira de se executar a injeção de combustível.

Se a pressão no pedal for leve, a injeção será do tipo indireta, ou seja, no coletor de admissão. Isso porque o sistema entenderá que é necessária menor quantidade de combustível, e devolverá o não utilizado ao reservatório.

Para acelerações e retomadas fortes, a injeção utilizada será do tipo direta – ou seja, o combustível é injetado diretamente nos cilindros do motor. O resultado desta solução é a redução no consumo de combustível, de acordo com informações da montadora.

PACOTE AMPLO

A versão Attraction do A4 passou a vir com volante plano da base, herdado da perua RS4, com o objetivo de dar aparência esportiva à cabine. Há ainda sensor de estacionamento, mas a câmera de ré continua fazendo falta – bem como o sistema que altera os modos de condução do sedã.

A Ambition agora traz rodas de 18”, além de outros itens a mais que a de entrada, como o teto solar e os ajustes elétricos para os dois bancos dianteiros – na Attraction, a função é apenas para o do motorista.

OUTROS CARROS

O motor 1.8 também passa a ser utilizado na perua A4 Avant e no A5 Sportback (a configuração de quatro portas do carro). No caso da primeira, o preço é de R$ 152.990; o modelo está disponível apenas na versão Ambition.

No caso do A5, a tabela é de R$ 155.990 para a versão Attraction e de R$ 167.990 para a Ambition. No entanto, diferentemente do que ocorreu com o A4, o carro de coluna C rebaixada não traz, em relação ao antigo, diferenças na linha de equipamentos.

Para ele, porém, a Audi conseguiu reduzir o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h. Agora, o carro leva 8,4 segundos, ante os 8,6 segundos registrados anteriormente, de acordo com a montadora.

O ganho foi conquistado graças às mudanças mais “radicais” efetuadas no câmbio Multitronic. Isso ocorreu porque os clientes do A5 são mais sensíveis a mudanças no desempenho que os do A4.

Ainda conforme a Audi, o consumo de combustível é de 16,95 km/l, também uma redução de 21% ante o registrado no carro com motor 2.0 (13,88 km/l).