Avaliamos o BMW 320i ActiveFlex

Alemão com jeitinho brasileiro usa motor 2.0 de 184 cv e câmbio de oito marchas

Por 04 de mar, 2014 · 9m de leitura.
Linhas elegantes e cara de 'bravo' são conjunto ideal para uma bela carroceria

O BMW 320i ActiveFlex é um alemão à brasileira. O sedã, cujo preço sugerido parte de R$ 133.950 (R$ 143.950 na versão avaliada, GP), mantém as características do tradicional carro feito na Alemanha, mas ganha um toque de Brasil com a possibilidade de usar etanol, além da gasolina. A tecnologia surgiu no País e tornou-se obrigatória em nosso mercado nos segmentos abaixo de R$ 100 mil.

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É a primeira amostra da nacionalização dos BMW, que será concluída quando a marca passar a produzir carros em Araquari (SC), até o início de 2015. O Série 3 – do qual o 320i é uma versão – é um dos confirmados para ser brasileiro.

O motor 2.0 é o primeiro turbo do mundo com tecnologia flexível. Ele dispensa o uso do tanque de gasolina auxiliar para partida, ainda presente na maioria dos carros nacionais.

Com 184 cv de potência e 27,5 mkgf de torque – independentemente do combustível utilizado -, o 320i mantém os números do modelo apenas a gasolina. Inclusive na hora de acelerar. De acordo com informações da BMW, o sedã flexível continua levando 7,3 segundos para ir de 0 a 100 km/h. O único câmbio disponível é o automático de oito marchas.


Durante a avaliação, o 320i bicombustível não mostrou mudanças em seu comportamento. As rápidas reações do acelerador, junto com as trocas de marcha bem escalonadas, mantêm a boa disposição do sedã, que é também muito firme em curvas.

Neste quesito, o trabalho da suspensão é muito bom e a tração traseira deixa a condução divertida. Porém, os pneus de perfil baixo – 225/50 – contribuem para algumas batidas secas em pisos imperfeitos.


Dos três modos de condução disponíveis, Sport, Comfort e Eco Pro, o último é o mais interessante. Ele mostra o lado “consciente” do Série 3. Todos os componentes do carro são reajustados eletronicamente para buscar a melhor eficiência – até o ar-condicionado passa a gastar menos energia.

No caso do câmbio, as trocas são feitas em rotação mais baixa. O resultado, durante a avaliação, foi consumo médio de 7,5 km/l, na cidade, apenas com etanol no tanque. Nada mau para um carro de 184 cv.


Para auxiliar nesta eficiência, há um sistema de regeneração acoplado ao freio do carro. Ele reduz o consumo recuperando energia no processo de frenagem e quando o motorista alivia o pé do acelerador.

A mais que a versão de entrada, que já vem com muitos itens de série – como ar-condicionado, direção assistida e programa eletrônico de estabilidade -, a GP tem sistema de entretenimento com internet, volante revestido de couro e rodas de 17 polegadas.


Prós
MOTOR: O novo propulsor é, além de flexível, bastante econômico para um carro com potência de 184 cv. Além disso, tem desempenho interessante, principalmente no modo “Sport”, que deixa o sedã mais arisco.

Contra
ESPAÇO: As pernas dos ocupantes da parte de trás do carro esbarram nos bancos da frente. Apesar dos bons 2,8 metros de distância entre os eixos, o túnel central é muito alto.

Encanto além da ótima dirigibilidade


A rapidez das respostas do volante e das trocas de marcha ajudam a fazer do Série 3 – que está em sua sexta geração – um carro muito gostoso de dirigir. Mas não é ao volante que o sedã agrada. Ele tem mais a oferecer, especialmente na cabine.

A versão GP traz bancos dianteiros com ajustes elétricos e três posições de memória. Para o motorista, é possível também alterar a pressão nas laterais do encosto.

Quem viaja na frente não sofre com nada. O sistema de entretenimento mostrado pela tela de 8,8 polegadas é de fácil manuseio e conta com leitores de MP3 e DVD, conexão sem fio Bluetooth e GPS.


O negócio aperta, literalmente, para quem viaja atrás. Por lá, o espaço é limitado e os joelhos dos passageiros esbarram nos bancos da frente. Nem os bons 2,8 metros de distância entre os eixos são capazes de limitar esta falha, já que o túnel central é muito alto.

Há, porém, saída de ar-condicionado para os passageiros dos bancos de trás e apoia braço central – equipamento de série nesta versão.

BAGAGEM: O porta-malas comporta 480 litros, mas a entrada do compartimento é um pouco estreita. Como comparação, um Toyota Corolla, que é 8 cm mais curto que o 320i, tem 470 litros de capacidade para bagagem.


FICHA TÉCNICA
Preço: R$ 143.950
Motor: 2.0, 4 cilindros, 16 válvulas, turbo, flexível
Câmbio:Automático, oito marchas
Potência: 184 cv de 5.000 a 6.250 rpm
Torque: 27,5 mkgf de 1.250 e 4.500 rpm
Comprimento:4,62 metros
Entre-eixos: 2,81 metros
Peso:1.420 quilos