
RAFAELA BORGES
Fotos: MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO
Marbella, Espanha – Honrar o nome de um ícone é uma tarefa ingrata. A sexta geração do Mercedes-Benz SL, que chega ao Brasil no segundo semestre, tem essa missão, pois é herdeiro de modelos que fizeram história nos anos 50 e 60, como o 300 SL Roadster. Em uma “viagem ao túnel do tempo”, andamos no novato e em seu ancestral (veja ao lado avaliação de um exemplar 1961), que consagrou a linhagem de conversíveis da marca cuja sigla significa Sport Leicht (esporte leve).
Andamos na versão de topo do novato, SL 500, que traz motor 4.6 V8 biturbo a gasolina de 435 cv. A fabricante caprichou nas inovações. A água para lavar o para-brisa sai da própria haste do limpador. Essa solução evita molhar os dois ocupantes quando o teto está aberto, situação comum em modelos com teto retrátil.
O para-brisa forma com os vidros laterais uma espécie de cápsula de proteção contra o vento. O sistema de som mantém a boa fidelidade mesmo com o teto abaixado e o motor roncando forte.
O carro traz estrutura de alumínio com componentes de magnésio, que permitiu aumentar sua rigidez torcional e reduzir o peso em 140 quilos. As respostas precisas da direção e sua agilidade em curvas, onde a tração traseira deixa tudo mais divertido, são destaques, assim como a força brutal com que ele acelera e retoma velocidade.
Com absurdos 70,8 mkgf de 1.800 a 3.50 rpm em seu biturbo, o carro tem respostas e ronco tão empolgantes que chegam a assustar.
300 SL Roadster
No modelo clássico a adrenalina dá lugar ao romantismo e à vontade de passear apreciando a paisagem. O exemplar 1961 na cor prata, que faz parte da coleção da Mercedes-Benz, remete a astros e filmes antigos, como Sean Connery e seu charmoso 007 ou Grace Kelly em Alta Sociedade – em que a atriz surge em um 190 SL.
O acabamento é muito caprichado, com couro vermelho e madeira no imenso volante. No painel de instrumentos, o marcador de combustível vertical é uma das peculiaridades do carro.
É na hora de guiar o 300 SL Roadster que a evolução do automóvel nesses quase 60 anos fica evidente. O câmbio (manual de quatro marchas) de engates difíceis e a direção dura e com respostas lentas exigem perícia do motorista.
Já o motor 3.0 seis-em-linha, com 225 cv, surpreende pelo vigor e pode levar o conversível a cerca de 235 km/h. Isso com um silêncio impressionante para um propulsor alimentado por carburador.
Viagem feita a convite da Mercedes-Benz