TEXTO E FOTOS: MILENE RIOS
Guadalajara, México – As marcas japonesas não são mais as maiores rivais da Chevrolet no segmento de sedãs médios. Depois de o sul-coreano Kia Cerato desbancar o Vectra da terceira posição do ranking, este já é ameaçado pelo mexicano VW Jetta. E é da Coreia do Sul que vem a receita da nova arma da GM na categoria, o Cruze, que chega ao País em setembro – com fabricação nacional.
O sedã será equipado com motor 1.8 16V flexível. O da unidade avaliada, a gasolina, tem 138 cv. O torque de 17,9 mkgf só vem às 3.800 rpm. Por isso, as arrancadas e retomadas não são fortes quanto às do ultrapassado 2.0 8V do Vectra atual. Porém, a novidade dá conta do recado. O desempenho é comportado, mas não deixa a desejar.
A transmissão automática de seis velocidades é que atrapalha, por não aproveitar bem as marchas que possui. Demora para fazer as trocas e dá a impressão de forçar o motor. O Brasil terá também a opção manual de cinco velocidades.
O acabamento é sóbrio, com plástico em dois tons, preto e cinza. Mas falta cuidado no encaixe das peças. Incomoda também o isolamento acústico: escuta-se na cabine o barulho da rolagem dos pneus. Os comandos estão à mão e é fácil achar uma posição para dirigir graças ao volante com ajuste de altura.
Com 4,59 metros de comprimento, 1,78 m de largura, o Cruze é 2 centímetros menor e 5 cm mais estreito que o Vectra e recebe bem cinco ocupantes. Só a tampa do porta-luvas que chega a encostar nas pernas do passageiro quando aberta.
O porta-malas leva 450 litros, 76 l a menos que o Vectra, mas está na média da concorrência. O Corolla carrega 470 litros e o Cerato, 415 l.
O Cruze será feito em São Caetano do Sul (SP) e sua missão é substituir o Vectra. Porém, não está descartada a hipótese de o sedã antigo conviver com o novo por um tempo.