A Volkswagen aos poucos está elevando o patamar do Fox. Depois do banho de loja que deu novo visual e motores, a marca passou a equipar, sem alarde, as versões de entrada do modelo com o 1.0 de três cilindros do Up!. Esse propulsor, na verdade, estreou ainda em 2013 na versão Bluemotion, de volumes de venda reduzidos. Agora apenas o Gol usa o antigo quatro cilindros 1.0.

Com 82 cv, ele dá, literalmente, vida nova ao Fox. O antigo motor sofria para levar o modelo com alguma desenvoltura e o consumo era praticamente igual ao do 1.6 8V, mais potente. O tricilíndrico resolve todas as pendências do antecessor e coloca o Fox de entrada como uma opção interessante entre os 1.0.

O preço parte de R$ 43.990 para a versão Trendline. Relativamente bem equipada, ela traz itens como ar-condicionado e direção assistida de série, mas é na Comfortline, a de topo com motor 1.0 vendida a R$ 46.690, que o Fox ganha equipamentos importantes, como o sistema multimídia App-Connect, com tela sensível ao toque e conexão direta com aplicativos como Spotify e Google Maps, por meio do telefone celular.

O problema é que, completo, o valor vai a R$ 53.815, impraticáveis para qualquer 1.0, independentemente do quão bom ele seja. É certo que esse Fox completo tem até sensores de estacionamento na frente, além de rodas de liga-leve, e seja um conjunto bem acertado. Mas o valor é exorbitante. Apenas com o sistema App-Connect, o preço já encosta nos R$ 50 mil.

Rodando, fora a diferença nítida de desempenho, o Fox mantém os bons predicados na cidade. A posição de dirigir mais alta ajuda no trânsito urbano e o hatch é ágil. A cabine é espaçosa e o teto alto ajuda a ampliar a sensação de espaço, bom para quatro adultos.

Os comandos são bem leves e fáceis de usar. A embreagem tem peso correto, sem ser leve ou pesada demais, e não cansa em uso contínuo. Ela faz bom par com o câmbio de ótimos engates, precisos e curtos.

Só não espere que o Fox seja muito emocionante ao volante. O novo 1.0 anda bem e até empolga, mas é melhor conter os ânimos. Em velocidades mais elevadas a frente flutua um pouco e o centro de gravidade alto desencoraja uma condução mais enérgica em curvas.

Ainda assim, ele não mascara a pequena capacidade. Arrancadas são um tanto pesadas e ladeiras íngremes pedem alguma paciência. Mas depois de embalado, o modelinho vai bem. Ele exige poucas reduções de marcha em velocidades moderadas e consegue acompanhar o fluxo sem problemas.

Esse rodar mais “relaxado” é um dos responsáveis pelo baixo consumo de combustível. Abastecido com etanol, o Fox 1.0 roda cerca de 9 km/l em ciclo urbano. Na estrada, os números rondam os 13 km/l.

Multimídia. Uma das novidades do modelo é o sistema App-Connect, que permite o uso de alguns aplicativos das plataformas Apple e Android diretamente pela tela da central multimídia. Por enquanto, o Fox é o único Volkswagen a trazer o sistema.

Ele, no entanto, tem algumas limitações. Para os usuários de Apple, a conexão só é possível com iPhones a partir do modelo 5S. Os iPads e iPhones mais antigos ficam de fora por não serem compatíveis com o sistema CarPlay. Entre os Androids, apenas os telefones com a versão 5.0 Lollipop, que ainda está se popularizando, conseguem se ligar ao App-Connect pelo Android Auto.

A conexão é feita via USB. Basta ligar o cabo do telefone na entrada do painel que o App-Connect imediatamente abre um menu com as funções do telefone na tela sensível ao toque. A partir daí, ligações, mensagens de texto e aplicativos de música e mapas (mas sem ainda o popular Waze) são operados diretamente pela central multimídia. As mensagens de texto que podem ser lidas pelo sistema, no entanto, são apenas as de SMS, sem WhatsApp na tela.

Ainda assim, o aparelho permite conexões Bluetooth e por USB comuns com outros dispositivos. Portanto, telefones mais antigos também podem ser comandados pelo sistema, só sem a interface do App-Connect.