Cada modelo chegou à “coleção” por um caminho diferente. Dos avaliados, foram recomprados o 147, o Uno Turbo (de um funcionário da empresa) e o Oggi – no leilão no encontro de antigos de Araxá (MG). O Tempra estava em um escritório da Fiat, o Marea nunca saiu da área de engenharia e rodou pouco mais de 8 mil km (a maior parte em testes de dinamômetro). O último dos 2 mil Grazie Mille, série de despedida do Uno, veio diretamente da linha de montagem.
Em comum, além de serem carros representativos dos 40 anos de produção da marca no Brasil, todos estão bem conservados. Restauração, manutenção e guarda foram confiadas a Giuseppe Marinelli, que trabalhou para Carlo Abarth, chegou ao País em 1974 para iniciar os testes do 147 e é dono de uma oficina Fiat.
147 L – Um dos carros mais antigos da “frota”, não teve fôlego para acompanhar os “irmãos” mais novos na pista. Mas é bastante ágil e gostoso de guiar.
Oggi CSS – Esperto, vai bem em curvas e oferece ótima visibilidade. Além disso, tem o charme da exclusividade.
Uno Turbo – Foguetinho de bolso, é para quem gosta de andar rápido. Direção, suspensão e freios: tudo é muito direto.
Tempra 16V – Confortável, bem acabado e espaçoso. Um carro correto e bastante eficiente.
Marea Turbo – Estável, com pitadas de requinte e um tanto bruto, na pista é pura diversão. Palmas para o cinco-cilindros.
Uno Grazie Mille – Notável pelo valor histórico.
VIAGEM FEITA A CONVITE DA FIAT
147
Produção: de 1976 a 1987
Primeiro carro feito pela Fiat no Brasil e com motor a álcool do mundo, o 147 é uma evolução do 127, modelo projetado pelo criador do mítico Topolino. Também foi pioneiro no País a ter motor transversal, coluna de direção retrátil e estepe no cofre do motor, para melhorar o aproveitamento do espaço do porta-malas. Peaando 800 kg e suspensão independente nas quatro rodas, chegou ao mercado com motor de 1.050 cm³ com comando de válvulas no cabeçote e potência bruta de 55 cv. Depois vieram versões com propulsor 1.300. O 147 conviveu com o Uno, lançado em 1984, por mais três anos no País – na Argentina a produção continuou até 1990. Foram produzidas 709.230 unidades do hatch em Betim.
147 L (1976) |
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Motor |
|
Posição |
Transversal, dianteiro |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada total |
1.050 cm³ |
Potência máxima (SAE) / regime |
55 cv / 5.800 rpm |
Torque máximo (SAE) / regime |
7,8 kgfm / 3.800 rpm |
Nº de válvulas por cilindro |
2 |
Eixo de comando de válvulas |
Um no cabeçote |
Ignição |
|
Tipo |
Distribuidor/platinado |
Alimentação |
|
Combustível |
Gasolina |
Carburador |
Corpo simples |
Câmbio |
|
Número de marchas |
4 à frente e uma a ré |
Tração |
Dianteira |
Sistema de freios |
|
Dianteiro |
A disco |
Traseiro |
A tambor |
Suspensão dianteira |
|
Tipo |
McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com barra estabilizadora |
Suspensão traseira |
|
Tipo |
Com rodas independentes, braços oscilantes inferiores e feixe de molas transversal |
Rodas |
|
Aro |
4,0 x 13”, em aço |
Pneus |
145 SR 13 |
Peso do veículo |
|
Em ordem de marcha (Std A) |
800 kg |
Capacidade de Carga |
400 kg |
Oggi CSS
Produção: de 1984 a 1985
Para participar do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, a Fiat criou uma série especial do sedã Oggi batizada de CSS (Confort Super Special). O motor da versão de rua teve a cilindrada elevada de 1.300 cm³ para 1.415 cm³ – a do carro para as pistas era de 1.490 cm³. Além disso, o quatro-cilindros tenha cabeçote retrabalhado, o que permitiu aumentar a taxa de compressão e gerar 78 cv e 11,4 mkgf com gasolina. O câmbio tem relações mais curtas, há rodas de liga leve, faróis auxiliares no para-choque, defletores na dianteira, parte final do teto e tampa do porta-malas. Na cabine, os diferenciais eram o volante de quatro raios e os bancos tipo concha revestidos de veludo.
Oggi CSS (1984) |
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Motor |
|
Posição |
Transversal, dianteiro |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada total |
1.415 cm³ |
Potência máxima (SAE) / regime |
78 cv / 5.600 rpm |
Torque máximo (SAE) / regime |
11,4 kgfm / 3.000 rpm |
Nº de válvulas por cilindro |
2 |
Eixo de comando de válvulas |
Um no cabeçote |
Ignição |
|
Tipo |
Distribuidor/platinado |
Alimentação |
|
Combustível |
Gasolina |
Carburador |
Corpo duplo |
Câmbio |
|
Número de marchas |
5 à frente e uma a ré |
Tração |
Dianteira |
Sistema de freios |
|
Dianteiro |
A disco |
Traseiro |
A tambor |
Suspensão dianteira |
|
Tipo |
McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com barra estabilizadora |
Suspensão traseira |
|
Tipo |
Com rodas independentes, braços oscilantes inferiores e feixe de molas transversal |
Rodas |
|
Aro |
13” em liga leve |
Pneus |
165/70 R 13 |
Peso do veículo |
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Em ordem de marcha (Std A) |
810 kg |
Capacidade de Carga |
330 kg |
Uno
Produção: de 1984 a 2013
Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o modelo foi lançado em 1983 na Itália e chegou ao Brasil no ano seguinte com adaptações, como suspensão traseira com feixe de molas transversal e estepe no compartimento do motor. A mecânica era a mesma do 147: motores 1.050 a gasolina e 1.300 a álcool e a gasolina, além de câmbios de quatro e cinco marchas. Havia três versões: S (Super), de entrada, CS (Confort Super), e a esportiva SX (Sport Experimental), na qual o motor 1.3 tinha carburador de corpo duplo. Foi pioneiro no País a trazer limpador de para-brisa com braço único. Como não podia receber air bag e ABS, itens que passaram a ser obrigatórios no Brasil em 2014, saiu de linha em 31 de dezembro de 2013 após cerca de 3,7 milhões de unidades fabricadas. A série de despedida, Grazie Mille, teve 2 mil unidades.
Uno S 1.050 (1984) |
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Motor |
|
Posição |
Transversal, dianteiro |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada total |
1.049 cm³ |
Potência máxima (SAE) / regime |
52 cv / 5.600 rpm |
Torque máximo (SAE) / regime |
7,8 kgfm / 3.200 rpm |
Nº de válvulas por cilindro |
2 |
Eixo de comando de válvulas |
Um no cabeçote |
Ignição |
|
Tipo |
Eletrônica |
Alimentação |
|
Combustível |
Gasolina |
Carburador |
Corpo simples |
Câmbio |
|
Número de marchas |
4 à frente e uma a ré |
Tração |
Dianteira |
Sistema de freios |
|
Dianteiro |
A disco |
Traseiro |
A tambor |
Suspensão dianteira |
|
Tipo |
McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais com barra estabilizadora |
Suspensão traseira |
|
Tipo |
Com rodas independentes, braços oscilantes inferiores e feixe de molas transversal |
Rodas |
|
Aro |
4,5 x 13”, em aço |
Pneus |
145 SR 13 |
Peso do veículo |
|
Em ordem de marcha (Std A) |
785 kg |
Capacidade de Carga |
420 kg |
Tempra
Produção: de 1991 a 1998
O sedã marcou a entrava da Fiat no segmento de médios de luxo. Lançado em 1990 na Europa, o modelo se destacava pelo desenho e o baixo coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,32. Seu motor 2.0 com duplo comando de válvulas e carburador de duplo corpo gerava 99 cv e 16,7 kgfm. Primeiro modelo feito no Brasil com motor de quatro cilindros e cabeçote de 16 válvulas, o sedã também foi oferecido, com exclusividade no País, com carroceria de duas portas.
Tempra (1992) |
|
Motor |
|
Posição |
Transversal, dianteiro |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada total |
1.995 cm³ |
Potência máxima (ABNT) / regime |
99 cv / 5.250 rpm |
Torque máximo (ABNT) / regime |
16,4 kgfm / 3.000 rpm |
Nº de válvulas por cilindro |
2 |
Eixo de comando de válvulas |
Dois no cabeçote |
Ignição |
|
Tipo |
Eletrônica |
Alimentação |
|
Combustível |
Gasolina |
Carburador |
Corpo duplo |
Câmbio |
|
Número de marchas |
5 à frente e uma a ré |
Tração |
Dianteira |
Sistema de freios |
|
Dianteiro |
A disco |
Traseiro |
A tambor |
Suspensão dianteira |
|
Tipo |
McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores com barra estabilizadora |
Suspensão traseira |
|
Tipo |
Rodas independentes, braços oscilantes inferiores com barra estabilizadora |
Rodas |
|
Aro |
5,5 x 14”, em aço ou liga leve |
Pneus |
185/65 R14 (aço) ou 195/60 R14 (liga) |
Peso do veículo |
|
Em ordem de marcha (Std A) |
1.175 kg (2 portas) / 1.200 kg (4 portas) |
Capacidade de Carga |
400 kg |
Uno Turbo
Produção: de 1994 a 1996
Em fevereiro de 1994 chegava às lojas o primeiro carro feito no Brasil com motor turbo. Com 1.372 cm³, gerava 118 cv e 17,5 kgfm, números capazes de acelerar o Uno Turbo de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e leválo a 195 km/h. Além do câmbio e da direção hidráulica recalibradas, o hatch tinha carroceria 10 mm mais baixa. As medidas dos pneus eram 185/60 R14 e os freios foram herdados do Tempra. No painel os destaques eram o manômetro do turbo e os marcadores de pressão e temperatura do óleo. Essa foi a única versão do Uno vendida no Brasil com estepe no porta-malas e os primeiros compradores tinham direito a um curso de pilotagem.
Uno Turbo i.e. (1995) |
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Motor |
|
Posição |
Transversal, dianteiro |
Número de cilindros |
4 em linha |
Cilindrada total |
1.372 cm³ |
Potência máxima (ABNT) / regime |
118 cv / 5.750 rpm |
Torque máximo (ABNT) / regime |
17,5 kgfm / 3.500 rpm |
Nº de válvulas por cilindro |
2 |
Eixo de comando de válvulas |
Um no cabeçote |
Ignição |
|
Tipo |
Eletrônica |
Alimentação |
|
Combustível |
Gasolina |
Injeção Eletrônica |
Multiponto |
Câmbio |
|
Número de marchas |
5 à frente e uma a ré |
Tração |
Dianteira |
Sistema de freios |
|
Dianteiro |
A disco ventilado |
Traseiro |
A tambor |
Suspensão dianteira |
|
Tipo |
McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais com barra estabilizadora |
Suspensão traseira |
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Tipo |
Com rodas independentes, braços oscilantes inferiores e feixe de molas transversal |
Rodas |
|
Aro |
5,5 x 14”, em liga leve |
Pneus |
185/60 R 14 |
Peso do veículo |
|
Em ordem de marcha (Std A) |
1.005 kg |
Capacidade de Carga |
320 kg |