Fazer carros mais eficientes vai muito além de construir produtos que consumam menos combustível e, consequentemente, gerem menores níveis de emissões de poluentes. Diminuir o peso do conjunto, por meio da adoção de materiais cada vez mais leves, como alumínio, plástico e fibra de carbono, por exemplo, é fundamental para chegar a um bom resultado.
A Audi faz isso há 21 anos. Desde a primeira geração, o sedã A8 tem monobloco de alumínio. O conceito foi adotado no compacto A2, lançado em 2000 e agora está também nas linhas A6 e A7.
Essa solução não é privilégio da marca alemã. Ao lançar a atual geração do Range Rover Vogue, em 2013, a britânica Land Rover conseguiu reduzir o peso do utilitário em 420 kg em relação ao carro anterior.
Um “regime” assim traz efeitos significativos em modelos desse tipo. O jipe inglês não só ficou mais econômico, como também teve melhorias no comportamento dinâmico.
O uso de materiais leves também permite uma melhor distribuição de massas. “No Range Rover, chassi e carrocerias são totalmente de alumínio. Já no Jaguar XE e no Discovery Sport esse material é usado de forma estratégica”, diz o diretor de marketing da Jaguar Land Rover, Gabriel Patini.
Tirar peso do teto e direcioná-lo ao piso, sobre os eixos, por exemplo, ajuda a reduzir o centro de gravidade do carro e, ao mesmo tempo, melhora sua capacidade de tração.
Foi o que a Jaguar fez com o novo XE. O aço utilizado na traseira do novo sedã foi colocado nas partes que ficam mais próximas ao solo, de acordo com Patini. “O foco é a melhoria da dinâmica do carro”, explica.
McLaren F1 foi o primeiro superesportivo a usar fibra de carbono. Em superesportivos e veículos elétricos, por exemplo, o menor peso é o principal objetivo. Nesses carros, as fabricantes usam fibra de carbono, material que ainda é muito caro.
A inglesa McLaren foi a primeira marca a fazer um monobloco inteiro desse material. Em 1992, lançou o mítico F1, carro feito para obter o máximo de desempenho.
Para compensar os “quilinhos” extras das baterias, a estrutura dos alemães BMW i3 e i8 é feita de fibra de carbono. No modelo menor, esse tipo de solução contribuiu para que a autonomia chegasse a 300 km, segundo dados da fabricante.