Quem vê um sedã de luxo do tamanho do BMW Série 7 pode julgar que sob o capô há um enorme V8 – ou, quem sabe, um V12. No mínimo um seis-cilindros. Mas o 740e é a prova de que os tempos estão mudando também para os carrões. O sedã de 5,25 m e 2.150 kg avaliado pelo Jornal do Carro nos Estados Unidos emprega a tecnologia eDrive (híbrido plug-in). É movido por um motor 2.0 turbo de 258 cv e um elétrico 113 cv. Em conjunto, a dupla fornece 326 cv de potência e 51 mkgf de torque, gerenciados pelo câmbio automático de oito marchas.
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Como seria de se esperar do sedã mais luxuoso da marca alemã, o 740e tem rodar suave em qualquer velocidade. Além disso, em caso de congestionamento normalmente o motor elétrico dá conta do recado sozinho, e movimenta o modelo em baixa velocidade sem auxílio do propulsor a combustão. No anda e para da sempre congestionada Los Angeles, isso ficou muito evidente.
Além do silêncio, o conforto impera no interior. Graças à distância de 3,21 metros entre os eixos, quem vai no banco de trás pode até cruzar as pernas. E ainda pode subir as telas nas janelas laterais e vidro traseiro, se desejar mais privacidade.
SONHO DOS MOTORISTAS
Na frente, o conforto também é muito bom. Se você é motorista profissional e o “patrão” tiver um carro desses, considere o veículo como um benefício, um salário indireto. A tela do sistema multimídia (10″) aceita comandos gestuais, embora às vezes ela ignore seus desejos. O modelo avaliado dispunha de internet a bordo e rádio por satélite, entre outras amenidades.
Para o motorista, a maior evidência de que ele não está dirigindo um carro convencional está no quadro de instrumentos, uma tela virtual configurável de 12,3″. Em vez dos mostradores convencionais, com velocímetro e conta-giros, o 740e traz, entre outras informações, quanta eletricidade o veículo está gastando ou recuperando, nas frenagens e descidas, além do nível de carga da bateria e autonomia.
Se o condutor freia ou tira o pé do acelerador, o ponteiro informa que o sistema está recuperando e armazenando a energia. Pelo contrário, quando acelera o carro vai informando sobre os gastos.
ECONOMIA
Esse tipo de informação, permanentemente a sua frente, faz você começar a pensar prioritariamente em economia. A BMW informa que a autonomia combinada chega a 544 km, apesar do tanque de gasolina de apenas 46 litros. No 740e, a contribuição do motor a gasolina é muito maior. Isso porque o alcance no modo puramente elétrico é pequeno. Segundo a BMW, a autonomia pode chegar no máximo a 48 quilômetros. Durante a viagem, no entanto, não conseguimos ir além dos 22 km. Ainda de acordo com a montadora, a recarga total da bateria é feita em cerca de quatro horas em tomada domiciliar. Em carregador público (de maior voltagem), “enchemos” a bateria em pouco mais de duas horas.
Nos longos declives e durante as frenagens, consegue-se uma pequena carga da bateria, mas ela é consumida rapidamente quando se acelera.
Há seis modos de condução, do econômico ao esportivo. A aceleração do sedã de mais de duas toneladas é gradual, mas os números são respeitáveis: o 740e vai de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e alcança máxima de 250 km/h.
O sedã é construído com uma célula de sobrevivência de fibra de carbono, para aumentar a resistência. Ainda com relação à segurança, em caso de acidente a bateria desconecta-se automaticamente do sistema elétrico.
O ponto negativo é que o porta-malas teve de ser sacrificado por causa da bateria, que fica no assoalho. Com isso, a capacidade de carga no Série 7 híbrido é de 420 litros, contra 515 l do modelo com motor a gasolina.
Ficha técnica
Motor a combustão
2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
Potência/torque
258 cv/40,8 mkgf
Motor elétrico
113 cv/25,5 mkgf
Potência/torque totais
326 cv/51 mkgf
Câmbio
Automático, oito marchas
(Atualizada às 18:30)