O homem nasce, cresce, se casa e… compra uma minivan. A categoria, que no Brasil foi “engolida” pela nova paixão da mulherada – a de utilitários-esportivos -, ainda faz sucesso na Europa e EUA – tanto com mamães quanto com papais. De olho nesses mercados, a BMW, marca com o maior apelo esportivo entre as alemãs da chamada categoria premium, lançou a Série 2 Active Tourer, que não só é seu primeiro monovolume, mas também o modelo a estrear a tração dianteira em sua linha.
A Série 2 acaba de chegar ao País por R$ 178.950. Embora seja rival direta do Classe B nos mercados externos, por aqui as versões oferecidas têm preços e potências bem diferentes.
Enquanto a BMW, na opção 225i, traz câmbio de oito marchas e motor 2.0 turbo de 231 cv, a Mercedes, que acaba de ser renovada, está disponível na configuração B200, com um 1.6 turbo de 156 cv por R$ 128.900.
A Série 2 é uma minivan, mas não é boba. Do segmento, talvez seja o mais gostoso de guiar.
O carro responde bem aos comandos do acelerador independentemente do modo de condução selecionado. No EcoPro, voltado à economia de combustível, a “ordem” é baixar a rotação do motor. Em tocadas mais suaves, mostra boa agilidade. Essa função não é a mais indicada para ultrapassagens, já que as retomadas de velocidade são mais lentas que na Sport.
Nesta, o motor está sempre tentando manter a rotação alta. Por isso, está preparado para ganhar velocidade ao mais leve toque no acelerador, executando essa missão de maneira extremamente ágil.
Há ainda a função Normal, que é intermediária. E, diferentemente de outros BMW, na Série 2 não há a opção Sport Plus, que deixa o carro ainda mais arisco e reduz a assistência do controle de estabilidade. Mas é possível desligar o sistema por meio de um botão.
A dianteira escapa nas acelerações fortes, já que o bom torque é enviado ao eixo dianteiro ainda em rotação muito baixa. Com isso, imediatamente os controles eletrônicos de estabilidade e tração entram em ação para corrigir a trajetória. A escapada não causa insegurança, só um leve susto e um contra-esterço instintivo no volante.
A suspensão poderia ser mais bem ajustada para as ruas brasileiras. Algo comum nos BMW, o conjunto é bem firme, o que acaba causando baques secos ao rodar em pisos irregulares e um leve incômodo aos ocupantes.
Isso não impede que a carroceria, alta, balance sensivelmente sobre pavimento ondulado, por exemplo. Essa característica também não chega a comprometer a sensação de segurança.
A direção é precisa sem comprometer o conforto. Com assistência elétrica, vai bem em alta velocidade e torna fácil a tarefa de estacionar a minivan de 4,34 metros de comprimento. Para comparação, ela é somente 1 cm maior que o Fiat Bravo.
PRÓS: Motor/câmbio
Com boa potência e grande torque em baixa rotação, conjunto deixa a minivan bem ágil.
CONTRAS: Suspensão
É firme, mas não evita que a carroceria alta balance muito. Falta um ajuste fino para as ruas do País.
Cabine oferece comodidades e amplo espaço
Os ajustes do banco do motorista são automáticos e facilitam a missão de encontrar a posição ideal de guiar, que é confortável e permite ótima visibilidade. No painel central, há uma tela que projeta as funções da intuitiva central multimídia.
Os trilhos sobre os quais rolam os bancos dianteiros são compridos, permitindo comodidade ao volante e para passageiros de qualquer estatura. Atrás, há amplo espaço para as pernas de duas pessoas. No meio, apenas uma criança fica bem acomodada.
Na ausência do terceiro ocupante, é possível rebaixar parte do encosto, formando um console central com porta-copos e porta-objetos. Na traseira há uma saída exclusiva de ar. E os três encostos do banco podem ser reclinados para formar um assoalho plano e aumentar a capacidade de carga – que varia de 468 a 1.510 litros.
Um aspecto curioso na cabine são os pequenos porta-copos no console central dianteiro. Definitivamente, não cabem os imensos copos de refrigerante tão apreciados pelos norte-americanos, um público alvo certeiro desta minivan.