Um monoposto que acelera de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos. Carro de Fórmula 1? Não! Apesar da vocação para as pistas, trata-se de um veículo que pode ser homologado para as ruas. Ao menos na Inglaterra, seu país de origem.
O BAC Mono será vendido no Brasil – ainda sem data de estreia. O modelo é produzido pelos irmãos ingleses Neil e Ian Briggs, responsáveis pela engenharia e design do carro. Após atuarem em montadoras como a Ford, eles decidiram fundar a própria empresa automobilística, a Briggs Automotive Company.
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Emerson Fittipaldi foi um dos que conheceu o carro em Interlagos (Foto: Rafaela Borges/Estadão)
Há dois anos, foi lançado o primeiro Mono e, desde então, foram feitos 26 exemplares. O de número 20 foi adquirido pelo publicitário brasileiro Alexandre Gama, dono do único exemplar em território nacional.
Gama acabou tornando-se sócio dos irmãos Briggs na BAC e, agora, decidiu trazer o Mono ao Brasil. Para anunciar a empreitada, expôs o modelo no Premium Paddock Club, a área VIP do autódromo de Interlagos no Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1.
Por lá, o Mono atraiu muitos olhares, inclusive de alguns famosos. Um dos que passou por lá para ver o carro foi o bicampeão de F-1 Emerson Fittipaldi.
A ideia de Gama é, no Brasil, homologar o carro para as ruas – embora ele admita que o utilize mais em pistas. Porém, há um entrave. Desde o início do ano, todos os modelos oferecidos no País devem ter freios ABS. O Mono não pode receber o sistema, de acordo com Neil, o engenheiro do carro.
Ele explica que o ABS também é obrigatório na Inglaterra, mas a legislação abre exceções para carros específicos, como pequena produção, como o Mono.
Os irmãos Briggs, Neil (dentro do carro) e o Ian, e o presidente da empresa, Andrew Whitney
No Brasil, a intenção é homologar o carro para a rua, enquadrando-o em uma exceção – como a disponível para modelos off-road, a exemplo do Troller T4. Gama afirma, porém, que ele será trazido de qualquer maneira. “Mesmo que seja apenas para uso na pista.”
Na Inglaterra, o Mono custa o equivalente a R$ 400 mil. Com os impostos, o preço no País pode chegar a R$ 1 milhão.
DESEMPENHO
O Mono não é desprovido apenas de freios ABS. Não há nenhum sistema eletrônico para auxiliar a condução. Nele, o motorista fica em posição central, como em um carro de Fórmula 1.
A carroceria é de fibra de carbono, montada em chassi tubular. Isso ajuda a garantir o baixíssimo peso, de apenas 540 kg.
Carro tem motor traseiro e carroceria de fibra de carbono
É esta característica a principal responsável pelo excelente desempenho do esportivo na hora de acelerar. Isso porque os números do motor 2.3 quatro-cilindros, da Cosworth, posicionado – e exposto – na traseira, não impressionam. São 284 cv e 28,5 mkgf.
O câmbio é sequencial de seis marchas, como na Fórmula 1. Suas alavancas de comando ficam atrás do volante, também inspirado no de modelos da principal categoria do automobilístico.
Com rodas carenadas de 17”, o carro de 3,95 metros de comprimento e 1,1 metro de altura atinge velocidade máxima de 274 km/h.
