Automático ou automatizado? Conversor de torque, continuamente variável ou dupla embreagem? Boa parte dos motoristas talvez não faça ideia sobre os detalhes da transmissão que equipa seu carro, mas o câmbio tem participação fundamental não apenas no comportamento do veículo, mas também no gasto de combustível.
A transmissão é uma intermediária: recebe a força gerada pelo motor e a transfere para as rodas que tracionam o veículo. Embora faça seu trabalho em silêncio e nem sempre leve os créditos (as glórias costumam ficar com o propulsor), há uma tendência: em tempos de busca de maior economia de combustível e redução de poluentes, o câmbio automático continuamente variável (CVT) vem ganhando destaque, especialmente entre os carros de marcas japonesas.
A Nissan acaba de equipar os compactos March e Versa com o sistema, que está também no Sentra. Além disso, o novo Honda Civic, a ser lançado em agosto, trará a tecnologia, que equipa o Fit e o City. Outro a trazer câmbio CVT é o Toyota Corolla.
De acordo com a gerente de marketing do produto da Nissan, Cristiane Sanches, o CVT é uma “tendência sem volta”. Agora, a marca adota o sistema desde o compacto March até o médio-grande Altima.
Segundo o gerente de powertrain da Honda, Marcelo Lopes, o câmbio continuamente variável tende a manter o motor na rotação ideal para a velocidade desejada pelo motorista, o que resulta em maior economia.
Membro da Comissão Técnica de Transmissões da SAE Brasil, o engenheiro Leandro Perestrelo diz que, enquanto as marcas japonesas têm investido no câmbio CVT, as europeias e norte-americanas optaram pelo automático convencional ou pelos sistemas automatizados de dupla embreagem.
No primeiro caso, há sistemas com até nove marchas (caso do Jeep Renegade). No segundo, a ênfase está na esportividade e na economia, caso de Porsche (PDK) e Audi (S tronic), entre outros.