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Carcaça de Ferrari destruída por furacão é arrematada por R$ 10 milhões
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Carcaça de Ferrari destruída por furacão é arrematada por R$ 10 milhões

Ferrari 500 Mondial Spider tem histórico de pista, já teve motor trocado, foi atingida por furacão e mesmo assim vendeu por mais de US$ 1 milhão

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

22 de ago, 2023 · 5 minutos de leitura.

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Carcaça de Ferrari histórica é vendida por mais de US$ 1 milhão
Crédito:RM Sotheby's/Divulgação

A famosa casa de leilões RM Sotheby’s anunciou recentemente os preços individuais que esperava conseguir com a venda de uma coleção de Ferraris, atingida por um furacão nos Estados Unidos, e quase foi destruída. Na coleção, estava a sucata de uma raríssima Ferrari 500 Mondial Spider 1954, que foi vendida por impressionantes US$ 1,9 milhão, o equivalente a R$ 9,6 milhões.

O comprador do modelo não teve sua identidade revelada, mas sabe-se que a previsão para venda possuía um valor menor que o arrecadado. A venda estimada pela casa de leilões tinha valor de US$ 1,6 milhão, 300 mil a menos do que o atingido, por exemplo. Apesar de quase ter sido totalmente destruída, especialistas analisaram o modelo e constataram que existe a possibilidade de restauração.



Ferrari 500 Mondial Spider tem histórico nas pistas

Ferrari 500 Mondial Spider era vermelha com interior em couro bege (RM Sotheby’s/Divulgação)

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Sua história, no entanto, é inusitada, pois não foi a primeira vez em que a 500 Mondial Spider foi destruída. Fabricada na década de 1950 para correr em competições como Mille Miglia, Imola e Targa Florio, todas na Itália, foram feitas apenas 13 unidades, construídas pela Pininfarina. Delas, a segunda unidade, de chassi 0406 MD acabou leiloada.

Esse carro em especial foi pilotado por Franco Cortese, piloto da Ferrari que levou o modelo ao 19º lugar geral e ao 2º lugar na classe na Coppa della Toscana de abril de 1954, por exemplo. Assim, documentos oficiais de marca dão conta que o modelo tinha pintura vermelha e interior revestido em couro bege, algo comum em modelos da Ferrari até hoje.

Franco Cornacchia, entusiasta e amigo próximo de Enzo Ferrari, adquiriu o veículo. Proprietário de uma loja de esportivos, Cornacchia também era dono da equipe de corrida Scuderia Guastalla, em Milão, por exemplo. Contudo, em 1958, após correr quatro anos na Itália, o modelo terminou importado para os EUA, onde teve outros donos. Um deles até substituiu o 2.0 quatro cilindros original de 170 cv por um V8 feito no país. No entanto, o que pode parecer absurdo, era comum no passado.


Coleção de Ferraris foi atingida por furacão em 2004

Coleção de Ferraris será leiloada ainda este mês (RM Sotheby’s/Divulgação)

Em algum momento dos anos 60, um piloto acertou o modelo numa barreira de proteção. Além do impacto, o modelo foi danificado pelo fogo, mas componentes como a numeração do chassi e parte do câmbio se mantiveram intactos. Mesmo destruída, a sucata acabou vendida em 1975, a um fã discreto, que a manteve com outras Ferrari em um celeiro na Flórida. O que ele não esperava é que estivesse na rota do furacão Charley, que em 2004 destruiu vários carros da coleção.

Por medo de outras catástrofes, os modelos acabaram transferidos para o estado de Indiana, por onde ficaram19 anos. A RM Sotheby’s reconhece que a restauração do modelo pode dar trabalho, por conta da exclusividade da Mondial. Por fim, é correto afirmar que seu futuro proprietário terá que gastar muito se quiser reviver os dias de glória do bólido italiano.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.