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Carro do futuro será vermelho
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Carro do futuro será vermelho

Empresas de tintas automotivas apostam no escarlate como a maior tendência no País nos próximos anos

Lucas Massao

01 de jun, 2017 · 5 minutos de leitura.

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BMW M4 na cor da moda
Crédito:Crédito: BMW

Quem gosta de observar a paisagem urbana já deve ter percebido que, em São Paulo, por exemplo, as ruas são dominadas por carros nas cores branca, preta e prata. Nos próximos anos, porém, o cenário terá predominância de veículos vermelhos. É nisso que apostam Alex Amorim e Mateus Aquino, executivos de empresas que ajudam a identificar quais serão os tons mais populares para a indústria automotiva e o perfil dos clientes quando o assunto é cor.

Gerente do laboratório automotivo da fabricante de tintas e vernizes PPG, Amorim diz que o vermelho é uma das cinco cores clássicas de carros do Brasil – juntamente com preto, prata, branco e cinza.

Para Aquino, presidente da empresa de revestimentos líquidos Axalta Brasil, são as clássicas que vão continuar dominando o mercado. “A hegemonia não mudou nem mudará num futuro próximo, pois esses tons já predominam no País há mais de dez anos.”
Entre as razões está o fato de o brasileiro encarar o veículo como investimento. No mercado de usados, há a crença de que é mais fácil revender veículos de tons tradicionais.

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Segundo os especialistas, a alternância entre as cores clássicas é comum, e sempre começa pelo mercado de luxo. “Esse setor tem chances de adotar tons mais ousados, enquanto o de carros populares mantém as conservadoras”, diz Aquino. Para ele, a ousadia dos luxuosos pode se refletir nos modelos de marcas generalistas. “Há dez anos, ninguém compraria um carro branco. Foi só a BMW usar o branco perolizado, que, em 2016, 37% dos veículos novos tinham esse tom.”

Agora, a branca é a cor de carro mais comum no Brasil. Atrás dela vêm a prata (29%), a preta (12%), a cinza (10%) e a vermelha (8%).

Por isso, os especialistas acreditam que vermelha é a próxima “onda” da indústria de carros no Brasil. “Como o nosso consumidor é tradicional, ele demora para mudar. E, quando muda, escolhe outra cor clássica”, afirma Amorim.


Tons como amarelo e azul, muito comuns na Europa, por exemplo, não deverão ter vez por aqui no curto prazo, de acordo com os especialistas. Essas cores, que fogem muito do tradicional, devem continuar restritas a veículos de nicho, principalmente esportivos.

A decisão final das montadoras, contudo, “é sempre pensada para combinar com o estilo do carro”, diz Amorim.

ESTUDO DE CAMPO. Para identificar quais serão as tendências de cores na indústria automobilística, a PPG conta com uma equipe especializada. O estudo para entender os gostos do consumidor inclui visitas a salões automotivos no mundo todo.


Nesses eventos, o time de profissionais identifica quais cores aparecem com maior frequência. Diferentemente do que ocorre no Brasil, os tons expostos em salões de outros países (principalmente na Europa) são baseados nas preferências do público consumidor.

Por aqui, dificilmente as cores chamativas de veículos expostos em mostras como o Salão de São Paulo, cuja última edição foi em novembro, serão vistas nas ruas.

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