Carros híbridos estão cada vez mais comuns no mercado, e modelos do tipo plug-in chegaram para ficar, inclusive. Combinando um motor a combustão com outro elétrico, são os preferidos para quem quer economizar no consumo urbano, mas quando o assunto é pegar a estrada, a viagem pode se tornar desafiadora.
Um dos motivos que tornam a convivência com híbridos plug-in difícil é o alto consumo em trechos rodoviários, por exemplo. Embora pareça controverso, é uma realidade, mas que antes de ser detalhada, é preciso explicar como funcionam ambos os tipos existentes de híbridos plug-in. No comentário, perguntamos ao engenheiro Erwin Franieck, presidente do Instituto SAE4Mobility.
“Veículos híbridos plug-in podem ser paralelos ou em série. A versão em Série, como, por exemplo, o GWM Haval, toda a tração para as rodas é feita via motor elétrico, portanto não há diferença no comportamento se ele está com a bateria baixa ou não. No caso das versões em paralelo, temos o uso concomitante ou não dos motores elétricos e combustão. Assim, quando a bateria está carregada e tem combustível, os dois motores podem atuar da melhor forma conforme a intenção do motorista, priorizando máximo desempenho, ou melhor consumo”, afirmou.
Contudo, o motorista pode ver-se em apuros quando a bateria do conjunto estiver com carga baixa, e não seja possível recarregar em postos ao longo do trajeto rodoviário, um problema que passamos durante a avaliação da picape BYD Shark, em outubro, por exemplo.
Motores a combustão pequenos sofrem para carregar peso extra
Outra questão inerente ao trecho rodoviário são os motores a combustão, que em vários casos são de pequena litragem. Assim, em um cenário onde a bateria tem baixa carga, o motor a combustão passa a trabalhar movendo o modelo, e acaba “sofrendo” com o peso extra, sem o auxílio do motor elétrico, por exemplo.
Franiek explica: “quando a bateria se esgota, ele (o carro) terá que operar somente com o motor a combustão, perdendo as vantagens quer seja no consumo ou no desempenho. Possivelmente ele pode usar parte da energia da combustão para carregar a bateria e usá-la para reduzir o consumo urbano”, conclui.
Como economizar na estrada com um híbrido plug-in?
Além disso, fatores como a necessidade de manter altas velocidades, o peso das baterias e até mesmo as transmissões CVT costumam amarrar ainda mais o consumo. Isso acaba contribuindo para a ineficiência de um sistema híbrido plug-in na estrada. Contudo, é possível tomar algumas medidas para tentar frear o alto consumo.
Utilizar o sistema de freio regenerativo (se equipado) ajuda a carregar a bateria na estrada. Além de poder reduzir o uso de frenagens fortes, que queimam combustível. Outro fator é rodar com pneus sempre na calibração correta e dirigir de maneira tranquila podem ajudar. Outro passo importante é planejar a viagem, evitando engarrafamentos e procurando postos de recarga confiáveis no caminho.
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