Um simples friso lateral previne eventuais batidas ou riscos na porta, como também pode refinar a aparência do automóvel. O aerofólio traseiro dá um toque esportivo no visual e o bagageiro para bicicletas, além de traduzir o estilo de vida de quem está ao volante, acomoda a bike de maneira correta e segura.
Os exemplos são demonstrações do amplo universo de acessórios e equipamentos desenvolvidos por montadoras e fabricantes de autopeças com um único propósito: a personalização de veículos.
“Há uma tendência clara de crescimento na demanda por acessórios, impulsionada por vários fatores. Isso acontece com o avanço tecnológico, que traz novas opções de personalização e conectividade, como também com a crescente valorização de segurança e conforto”, conta Paulo Solti, vice-presidente de Peças e Acessórios da Stellantis para a América do Sul.
Ele explica que a customização vai além da compra de acessórios. “Trata-se da criação de uma conexão única com o veículo, tornando-o uma extensão da personalidade e das preferências do proprietário”, revela.
O acompanhamento dos caminhos adotados pelo mercado por meio de clínicas, pesquisas, rede sociais e percepção de fornecedores parceiros norteia o desenvolvimento de produtos, de acordo com desejos e necessidades do cliente.
“O brasileiro, em geral, é apaixonado por carros e o consumidor de acessórios, em especial, busca customização com qualidade e autenticidade. Ele procura transformar o carro em modelo único, com mais funcionalidades, estilo e segurança”, observa Solti.
Prudência na instalação
A gama de equipamentos e acessórios é gigantesca e quase todas as montadoras têm seu portfólio de itens originais para atender o motorista ávido por exclusividade.
Segundo Solti, o mercado global de peças automotivas movimenta mais de R$ 61 bilhões só no Brasil. “Especificamente sobre acessórios, de acordo com dados da GiPA (empresa de inteligência de mercado de pós-venda), 13% dos motoristas compraram algum item em 2023, sendo que 16% investiram ao menos R$ 1 mil ou mais por acessório”, destaca.
A lista de opções é imensa. O consumidor encontra desde a possibilidade de incorporar as chamadas máscaras negras nos faróis até instalar sensores de estacionamento, carregador de celulares por indução, navegadores e overbumpers, acessório capaz de proteger o para-choque de picapes e SUVs e conferir aparência mais robusta ao carro.
Picapes, aliás, merecem um capítulo próprio. Segundo Solti, hoje é a categoria de veículo que mais demanda acessórios e equipamentos. “Por serem altamente customizáveis e por atenderem os clientes em uma série de necessidades distintas, seja para trabalho ou lazer, há acessórios específicos para cada uma dessas necessidades”, diz.
Para as caminhonetes, a Mopar, marca oficial de peças e acessórios da Stellantis, desenvolveu itens como extensores de caçamba, estribos elétricos e capotas elétricas para conveniência e proteção do compartimento de carga. Os produtos da empresa são criados e aprovados pelos mesmos engenheiros que projetam os veículos.
A personalização do carro, no entanto, requer prudência. O motorista deve procurar itens oficiais das montadoras, a fim de não correr o risco de perder a garantia de fábrica. Outras intervenções maiores, como alterações de suspensão ou no conjunto mecânico, também merecem atenção redobrada. Afinal, nem tudo é permitido pelo Código Brasileiro de Trânsito e, a depender da modificação, há a exigência de estar descrita no documento do carro.