Na hora de comprar um carro zero quilômetro, é comum a dúvida sobre versões, configurações, opcionais e até modelos diferentes, mas semelhantes. As montadoras evitam sobrepôr demais as gamas, mas a “escadinha” é sempre um meio de puxar o comprador para um modelo ligeiramente mais caro. Mas embora seja fácil julgar a estratégia como mesquinha, às vezes os preços parecidos escondem bons negócios.
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Continua depois do anúncioA Volkswagen mantém convenientemente perto os preços das versões de topo de modelos mais simples com as de entrada de carros superiores. A proximidade de preços do carro zero cria brigas internas como a entre Voyage e Virtus.
A versão 1.6 MSI automática do Voyage com o pacote Urban Completo custa R$ 68.270. Nessa configuração, o Voyage tem central multimídia, sensores de obstáculos atrás, rodas de liga-leve e computador de bordo. O Virtus 1.6 MSI automático tem tabela de R$ 68.870, apenas R$ 700 a mais e tem os mesmos itens. O Virtus só fica devendo para o Voyage as rodas de liga, mas traz importantes air bags laterais a mais.
Além disso, o Virtus é mais espaçoso, seguro e moderno. Se couber no orçamento, vale incluir o controle de estabilidade e o assistente de partida em rampas como opcional. O item eleva o preço para R$ 70.300. Esses itens não estão disponíveis no Voyage.
Dúvida entre SUVs
Ainda na Volkswagen, o recém-lançado T-Cross vai a elevados R$ 126.730 na versão Highline 250 TSI quando equipado com todos os opcionais. É caro, mas o mais novo SUV compacto do mercado vem lotado de itens de conveniência e conforto. Há teto solar panorâmico, painel virtual, central multimídia com tela de oito polegadas, bancos de couro e partida por botão.
Um Tiguan Comfortline, com o mesmo 1.4 turbo de 150 cv, custa R$ 149.990, bons R$ 24 mil a mais, mas tentadores pelo pacote. O Tiguan é maior, capaz de levar sete pessoas, e tem ainda mais itens que o T-Cross de topo. A versão Comfortline não tem o painel virtual, bancos de couro e o teto solar é opcional. No entanto, o VW maior compensa a diferença de preço com ar-condicionado com três zonas, ante uma do T-Cross, banco do motorista com ajustes elétricos, assistente de farol alto, além do maior espaço interno e acabamento mais requintado.
Argo, Mobi ou Uno?
A Fiat tem um caso ainda mais curioso de sobreposição de preços. Mobi, Uno e Argo têm versões semelhantes com praticamente o mesmo preço. Um Uno Drive 1.0 “completinho”, com direito a ESP e sistema de som, sai por R$ 54.140. Um Argo Drive 1.0, com o mesmo 1.0 de 77 cv e também equipado com ESP e ainda uma central multimídia de quebra, sai por R$ 55.790. A diferença de R$ 1.650 é pequena e joga a favor do Argo, um projeto bem mais moderno do que o já cansado Uno.
Até mesmo o Mobi, cuja versão mais cara é a Drive 1.0, também encosta nas versões de entrada do Argo. O Mobi Drive 1.0 com câmbio manual parte de R$ 44.990. Mas “completinho”, com rodas de liga-leve, faróis de neblina, sensores de obstáculos atrás e retrovisores elétricos, além de sistema de som, passa a custar R$ 50.690. Um Argo 1.0 com sistema de som opcional, custa R$ 51.140. O Argo deve itens estéticos, mas compensa com maior espaço interno e mais segurança.
Nesse caso, o Mobi só ganha apelo se o comprador “segurar a mão” nos opcionais e se ater às versões mais simples, onde a diferença de preço passa a compensar os defeitos do Mobi.