É comum pensar que veículos com tecnologia moderna e atualizada, somadas a leis de emissões cada vez mais restritas, resultem em menos emissões. Ao menos em teoria, carros produzidos hoje deveriam produzir menos poluição do que algo feito há pelo menos 10 anos, entretanto, um novo estudo diz o oposto, graças ao aumento na procura por SUVs.
O estudo pelo grupo de ação climática Possible e relatado no jornal The Guardian, afirma que um veículo médio de combustão interna produzido este ano, é mais poluente do que um similar feito 10 anos atrás. Isso se deve pela preferência do público por SUVs, que consomem mais, devido ao peso. Assim, são menos eficientes e emitem mais CO2 que automóveis, por exemplo.
Os fatos podem não parecer novidades ou tampouco alarmantes. Mas a virada de chave do mercado, em prol de veículos maiores e menos eficientes, na última década, é. O estudo aconteceu no Reino Unido, quinto maior consumidor dos veículos a combustão mais poluidores.

No estudo, revelou-se que os SUVs britânicos, em sua maioria, eram provenientes de lugares ricos. Áreas como Chelsea e Kensington, onde um veículo com capacidade off-road não se faz necessário, no entanto. Possible argumenta que esses compradores poderiam adquirir veículos elétricos, e, por essa razão, pede aos legisladores que se institua um imposto baseado em emissões, por exemplo.
Carros recebem denominação diferente nos EUA
A situação muda de figura, quando fala-se nos Estados Unidos, por exemplo. Por lá, crossovers e SUVs ficam classificados como “light trucks” (caminhões leves). Isso significa que montadoras não estão sujeitas aos mesmos regulamentos de emissões exigidos em carros. Assim, é possível compreender a decisão de algumas marcas em parar de produzir sedãs, por exemplo. Contudo, até que se regule corretamente esta brecha na lei, mais SUVs continuarão em produção.

Por fim, junto à maior produção de SUVs, o número de acidentes por atropelamento, mortes por impacto frontal, a maior chance de capotamento e demais riscos contribuem para má fama dos SUVs diante de carros menores. Em matéria de custo-benefício, a Possible afirma que o carro menos poluente que se pode comprar hoje em dia, no Reino Unido, tem pelo menos 7 anos de uso.
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