Alguns carros têm décadas de vida, possuem uma história difícil de apagar, para o bem ou para o mal de suas vendas. São modelos que irromperam suas eras e se tornaram ícones. Mas, mesmo assim, não conseguiram escapar do fator tempo, a maior força presente universo. O mundo muda, as pessoas mudam, e os carros precisam acompanhar este movimento.
Foi por isso que o Mitsubishi Eclipse, por exemplo, se tornou um SUV. O famoso cupê esportivo viu seu segmento praticamente sucumbir em alguns países e se transformou em um modelo da moda. Com visual moderno e motor 1.5 Turbo de 165 cv, o Eclipse, que agora tem o sobrenome Cross, é vendido no Brasil com opção de tração 4X4 e tenta agradar pela versatilidade. Bem longe, portanto, do viés egoísta e pouco prático dos cupês esportivos.
Até o Volkswagen Fusca, o automóvel para todos, não é mais o mesmo. De modelo do povo ele foi convertido em um “fun car” com motor 2.0 Turbo de 211 cv. Praticamente um Golf GTi mais simpático, com espaço atrás para pessoas pequenas (bem, isso não mudou) e motor na frente. O visual até lembra o do antigo Fusca, mas as semelhanças param todas por aí.
Outro que mudou da água para o vinho é o Mercedes Classe A. O belo hatch com pegada esportiva de agora em nada se parece com o monovolume pequeno e careta de quase 20 anos atrás. Ele continua sendo o carro de entrada da Mercedes, mas sem querer ser o Mercedes que todo mundo pode comprar. O novo Classe A não é para todo mundo e tem, inclusive, variações esportivas com mais de 380 cv capazes e rasgar o asfalto com as rodas, não com o teto.
Blazer do tempo da polícia já era
Voltando ao mundo dos SUV, temos a Chevrolet Blazer. No Brasil, ela (que deveria ser chamado de ele) ficou conhecida por seu espaço e pelo uso pela Polícia Militar. Sua produção local acabou em 2011, mas agora ela ganha novo vida nos EUA com um visual totalmente distante daquele utilitário generalista do passado. Agora, o Blazer é praticamente um SUV do Camaro, “bandido”, agressivo e moderno. Se fosse usado pela polícia novamente daria calafrio nos malfeitores.